Violência

Geralmente, o fruto da violência é a intolerância, haja vista que, a medida que vamos nos tornando insensíveis, começamos a maltratar todo mundo. É devido isso, que vemos a todo momento e a toda hora, a violência desfilar em todos os seguimentos da sociedade e, a gente não precisa ir longe para ver episódios lamentáveis. Basta olhar as ruas com um trânsito violento, onde é bem comum acidentes fatais ou que deixam sequelas para a vida toda. Nas praças esportivas, onde o esporte sempre fica para segundo plano, pois, as brigas entre torcidas passam a mostrar espetáculos mais atraentes. Violências com as crianças e com os idosos, já fazem parte de nosso dia a dia, a propósito um dos jornais locais, mostrou neste fim de semana, o abandono de uma criança de dois anos e meio dormindo na calçada de uma das ruas de uma cidade da redondeza. Coisa violenta e desumana, segunda a avó do garotinho, indagada pelo Serviço Social, disse que a mãe saiu para o mundo e, ela propriamente não tinha condições de cuidar do netinho. Vejam só aonde estamos! Violências nas escolas, onde até professora acaba sendo desrespeitada e ao mesmo tempo brutalizada. Aí, depois, ficamos berrando aos quatro cantos, aonde vai a nossa educação! Quem souber, se apresenta, pode até ganhar um pirulito de presente, embora ache que ninguém vai ganhar. Interessante que se a gente liga a TV, lê os jornais, afora os noticiários esportivos de futebol, o maior filé de audiência é a notícia sobre violência. Infelizmente, a nossa violência que é igual a de todo o mundo, se difere um pouco das demais, uma vez que, temos a famigerada corrupção, a amante dos homens públicos. Através dos quais, os recursos são desviados e, consequentemente, deixam de atender as demandas prioritárias, garantidas pela Constituição Federal. Ou melhor, saúde, transporte, lazer, educação, moradia, que ficam zeradas, devido a ganância de poucos em detrimento de muitos. E, o pior de tudo é que os ditos corruptos, ficam sempre numa boa, como se realmente não tivessem praticado nenhuma violência aos seus semelhantes. Diante desse quadro negro, nos vem a indagação de como pode as pessoas viverem assim, sem nenhuma piedade, sem nenhum amor no coração, nos parece um pesadelo, porém, o fato é que realmente é assim mesmo que vivemos. Alheios a tudo, nos importamos muito, acredito até que demasiadamente, com o ajuntamento de coisas materiais. Cujas quais, servem apenas para provocar um endurecimento maior do coração, não nos importamos com nada e, até ficamos insensíveis às violências, obviamente, desde que elas não nos atinjam. Até, por questão de uma oportunidade do momento, me lembrei de um conto muito interessante que vem mesmo a calhar e, que diz mais ou menos assim: “um velho índio no alto de sua sabedoria, lutando com os seus conflitos, descreveu-os, como segue: Diz ele que tinha dentro de si dois cachorros, um deles é cruel e mau e, o outro dócil e comportado, porém, os dois viviam sempre brigando. Então, lhe perguntaram qual dos dois ganhava as brigas. O índio pensou e, respondeu: aquele que alimento mais.” Diante do conto, seria de todo interessante nos perguntarmos qual cachorro estamos alimentando mais? Daí fica a interrogação, se estivermos alimentando o cão mau, estaremos fatalmente alimentando a face escura do mundo, ou seja, precipitando o crescimento da violência. Ao passo que se estivermos alimentando o cachorro bom, estaremos em comunhão com os mandamentos de Cristo, principalmente aquele que diz: “amai-vos uns aos outros, assim como Eu vos amei”. Só isso basta. Amém.

Arquimedes Neves – Nei

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