Primeiramente, é necessário escolher uma palavra que realmente exprima com clareza o que poderia ser esta proteção de um ser humano para um outro durante todo o tempo. Na verdade, quando encontramos criaturas dessa natureza, obviamente, poderíamos, sem sombra de dúvidas, qualificá-las de anjos da guarda. É isso mesmo, não temos outra designação, a não ser de chamá-las pelo codinome singelo e divino de anjo da guarda. Uma vez que o altruísmo, a abnegação e a doação são virtudes de poucos e, anjos da guarda, não temos muitos, infelizmente. Assim, em vista disso, fica bem claro que essa disponibilidade de determinadas pessoas para com seus semelhantes é tão incomum, que na maioria das vezes, tais comportamentos nos passam despercebidos. Tanto é certo, que nos parece demasiadamente estranho que tal tipo de trabalho realizado com tanta graça e amor, não tenha valor diante da sociedade. Mesmo porque, os referidos são apenas reconhecidos pelos favorecidos e familiares, pesarosamente, em alguns casos, nem esses os reconhecem ou, agradecem seus benfeitores. Dentro deste enfoque, dá para a gente imaginar ou sentir de quantas pessoas existem que são voluntários permanentes de hospitais, levando seu carinho e amor. Visitando em muitos casos, pessoas que nem conhecem, apenas vão lá no intuito de conversar um pouco, fazer uma oração, tentar animar e dar esperanças para aqueles que normalmente não recebem visitas. Temos também aqueles que sem nenhum tipo de propagandas, sem estardalhaços vão peregrina e docemente, colaborar e trabalhar nos asilos e creches. Cuidando de pessoas indefesas que não podem se cuidar ou pela avançada idade ou pela pouca idade, são ou não são anjos da guarda! Cuidar dos desamparados é algo tão divino que só os especiais são brindados por Deus com essa divindade, haja vista que são poucos os escolhidos. Não podemos nos esquecer de forma alguma quando estivermos falando sobre cuidados especiais dos anjos da guarda que habitam as APAE, na qualidade de abnegados e disponíveis para tarefas, às vezes, acima de suas habilidades e condições. Aliás, não existe nenhum adjetivo que possa qualificar tais entregas pessoais. Pois, fazem isto, apenas usando o maior bálsamo reservado em um coração, que é o amor puro e verdadeiro pelo semelhante. São na verdade anjos da guarda credenciados por Deus. Quanto aos velhinhos e velhinhas dos asilos, que não escolheram lá morar, mas, por circunstâncias da vida lá estão e, lá permanecerão até o final de suas míseras existências. Quem é que cuidam deles? São os anjos da guarda que despojados de tudo, se dedicam de corpo e alma nesta tarefa, angustiante, uma vez que porque o cuidado a ser dispensado nesta tarefa, está sempre margeado pelos limites da natureza humana. Estão sempre perto do fim. Os idosos inquilinos destes lugares, vivem absolutamente em dependência total aos amados anjos da guarda. Em tudo, ou seja, para escutá-las nas histórias repetitivas com paciência, para deitar, para comer, para tomar banho, para fazer qualquer tipo de necessidade, lá está sempre ao seu lado aquela alma boa, tolerante e amiga de seu anjo da guarda. Sem medo de errar é seguro afirmar que as cuidadoras de idosos (anjos da guarda), estão constantemente em sintonia direta com Deus. Uma vez que a entrega para a realização dessas tarefas se faz com força, coragem e, principalmente com muito amor e, isso elas as têm até de sobra. Diante deste quadro, onde vemos pessoas caridosas trabalhando no anonimato a disposição dos necessitados, seria oportuno que pelo menos neste tempo de conversão pensássemos sobre o assunto. Uma vez que Deus em sua infinita bondade, disponibilizou-nos, algumas vagas de Anjo da Guarda, adormecidas ainda em nossos corações. Acordem.
Arquimedes Neves – Nei
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