Uma boa intenção, pode esconder uma má intenção.

Estava pensando que a mente humana é um computador natural e, pode, conforme a cabeça que a carrega, ser brilhante ou opaca. Isto porque, às vezes, existem pessoas que ardilosamente preparam uma situação recheada de boas intenções, para obter como resultado algo que precisaria ser maquiado a fim de poder conquistar o objetivo. Aliás, este tipo de subterfúgio é comumente usado por aquelas pessoas mais ardilosas e, que não querem perder nenhuma oportunidade para vencer ou conquistar algo que lhe interesse. Usa para tanto, todos os recursos disponíveis, ou não, para poder ser vencedor, não importando se vai ou não prejudicar o seu semelhante. Na verdade, quem assim age, não tem muitos escrúpulos em relação a terceiros, basta somente que ele em si fique satisfeito com a sua proeza. Volta e meia a gente ouve e vê pelos órgãos de comunicação de que determinada pessoa foi enganada por outra e, quando vai perceber, entrou no conto do vigário, levada pela bela narrativa inicial de uma boa intenção, que apenas serviu como chamariz para o esperto obter vantagem. Todavia, apenas para realçar o título acima, o seja, “uma boa intenção, pode esconder uma má intenção”, podemos acrescentar para deleite de todos, um conto de um poeta persa chamado Rumi, como segue:  “Diz o conto  que um califa, estava dormindo em seu palácio, quando de repente foi acordado por um homem, dentro de seus aposentos. Assustado perguntou, quem é você? O homem respondeu, eu sou Lúcifer. O califa intrigado, perguntou ao estranho, o que você quer de mim. Aí, estranhamente, o diabo falou: já não está na hora de fazer suas preces e, você continua dormindo tranquilamente! O califa ficou impressionado. Como é  que o príncipe das trevas, aquele que deseja sempre a alma dos homens de pouca fé, estava procurando ajudá-lo a cumprir um dever religioso? Mas, Lúcifer explicou: Lembre-se que fui criado como um anjo de luz. Apesar de tudo que aconteceu na minha existência, não posso esquecer minha origem. Ainda amo o Criador, que me alimentou quando era jovem e, me ensinou a fazer o bem. Quando me revoltei contra Ele não foi porque não o amasse muito, pelo contrário, eu o amava tanto que tive ciúmes quando Ele criou Adão. Naquele momento eu quis desafiar o Criador e, isso me arruinou. Mas, me lembro com saudades e carinho ainda das bênçãos que me foram dadas um dia por Ele. O califa ainda muito precavido, respondeu: Não posso acreditar no que está me dizendo, pois, você foi responsável pela perdição do mundo e destruiu muita gente. Afinal de contas o que você quer de mim, pergunto mais uma vez o califa. Aí Lúcifer, vendo a fé do califa, suspirou e disse: Está bem você tem razão, quando está tarde cheguei para despertá-lo, a minha intenção não era querer aproximá-lo da luz Divina. Continuou o diabo, eu sabia que você deixando de cumprir sua obrigação, iria sentir  uma profunda tristeza, a ponto de despertá-lo para um angustioso arrependimento.  O qual, o faria orar mil vezes mais, para compensar aquele momento passado que deixou de cumprir a sua obrigação para com o Senhor. E, continuou Lúcifer, eu sei que para Deus, cada uma das orações feitas com amor e arrependimento tem uma dimensão equivalente a mais de duzentas orações, diferente daquelas feitas de maneira automática e ordinária. E, sendo assim, continuou Lúcifer, você terminaria purificado e inspirado,      Deus o amaria mais, e eu estaria mais distante de possuir a sua alma. Dizendo isso, Lúcifer desapareceu e, um anjo do bem apareceu ao califa e disse: não se esqueça dessa lição de hoje. “às vezes, o mal se disfarça em emissário do bem, mas sua intenção escondida é promover a destruição.” Diletos e queridos leitores, a vida por si só nos ensina muitas coisas, no entanto, cabe a nós discernir o caminho. Em assim sendo, para finalizar convém lembrar também de um velho ditado popular que vem bem a calhar para a referida situação, que diz: “nem tudo que reluz é ouro e nem tudo que balança cai.” Assim, com coração alegre por este encontro semanal, desejo a vocês sem pular nenhum, beijos para quem é de beijo, abraços para quem é de abraço e, ambos para quem é dos dois.