Trânsito

Na própria acepção da palavra, trânsito significa transitar, passar, andar, rodar, enfim tudo que se movimenta. Porém, para todos nós quando se menciona a palavra trânsito, naturalmente nos vem à mente a ocupação das vias públicas ou particulares. Todavia, quando o verbo está significando isso especificamente, além, do que diz todo o dicionário a respeito, somos obrigados a dar um outro sentido a palavra, o que na verdade nos aborrece muito e nos preocupa, sobremaneira, dizer que trânsito também significa transtorno. E, por outro lado, o significado da palavra transtorno segundo o Aurélio (dicionário) ao pé da letra, reúne vários vocábulos, a saber: contrariedade, decepção, desarranjo, desordem, perturbação. Infelizmente, é isso que estamos vivendo praticamente em todo o território nacional e, para que possamos falar com mais propriedade, levando em consideração o que disse o senhor promotor público em reunião recente sobre o assunto: “vivemos um caos no trânsito”, aqui em nossa cidade. E, essa colocação quase que desesperada da autoridade, colaborou muito para um posicionamento mais agudo da polícia militar sobre o assunto, embora, ela já venha fazendo um belo serviço de policiamento na cidade. E, segundo o comandante da mesma, doravante, vão partir de uma fase mais amena de orientação para uma mais pesada de punição. Infelizmente, os usuários de veículos automotores e, não podemos nos esquecer também das bicicletas que além de não possuírem nenhum tipo de identificação (placa), colaboram muito para esse estado de coisas. Aliás, a propósito me lembro muito bem e, acredito que muitos também ainda se lembram que em épocas passadas, quando havia necessidade dos motociclistas usarem capacetes de proteção e, não o faziam devido à falta de fiscalização mais severa, consequentemente o número de acidentes graves era uma constante. Inclusive, infelizmente, ainda temos na cidade alguns jovens que ficaram tetraplégicos devido à imprudência pela falta de proteção e dos abusos normais praticados. Lembro-me também que naquela ocasião as autoridades constituídas avaliaram as perdas e danos da situação absurda existente e, sentiram que os infratores viviam e faziam o que queriam, como se a cidade não tivesse dono. A ação foi fulminante, pois, a gloriosa polícia militar intensificou a fiscalização e as punições foram executadas dentro da lei sem exceções, as multas foram também majoradas. A resposta veio de imediato, em pouco tempo todos compreenderam, assim é que hoje raramente vemos um motociclista sem o devido capacete de proteção. Obviamente, os acidentes de motos com conseqüências gravíssimas também se tornaram raros. Atualmente, como as próprias autoridades já reconheceram, vemos com muita freqüência no trânsito local, várias imprudências praticadas e, principalmente a ocupação de estacionamentos nas vias públicas totalmente irregulares e, isso acontece, pois, sabem da impunidade. Assim sendo, fica claramente evidenciado e, reforçado ainda mais, pela colocação recente do capitão da P.M. que disse: “já que conversa não adianta mais…”, urge, portanto, medidas mais severas para bem de todos e tranqüilidade inclusive dos envolvidos. Embora, particularmente, somos acostumados a se referir ao cumprimento da lei como medida mais severa, tal afirmativa tem um sentido esdrúxulo, haja vista que cumprir a lei é dever de todos indistintamente. Por outro lado, é de suma importância medidas práticas e agudas na busca de transformar o trânsito local de caótico para um bem próximo da normalidade. Não obstante, sabemos que nunca teremos um trânsito 100% perfeito, porém, é possível sairmos de um que é hoje quase 0% perfeito, para um patamar de tolerância acima de 50%. E, o mais importante é que as autoridades responsáveis não esmoreçam e busquem soluções exeqüíveis num curto espaço de tempo, sem necessidade de se fazer mais reuniões para discutir o assunto. Basta somente colocar mãos a obra. E, por outro lado, seria pedir muito pouco, mas, apenas que os usuários se compenetrassem de suas responsabilidades e colaborassem para o bem geral. Só isso. Em tempo, queremos agradecer a participação efetiva do Conselho de Segurança da cidade, que tem se sensibilizado e provocado reuniões dos mais variados assuntos para imediatas soluções. Unidos, certamente, faremos uma Votuporanga melhor.