É como diz o Chaves do seriado mexicano da TV: “foi sem querer querendo”, pois, aconteceu que foi nesse sentido que me vi mexendo em uma caixa de sapatos antiga, cheinha de fotografias amarelecidas pelo tempo. E, lá nessa tarefa comecei a ver algumas fotos, na maioria, sem datas e sem nomes. Caras novas e alegres, geralmente, tiradas em ocasiões festivas. E, fomos aos poucos tomando consciência como passamos e mudamos juntamente com o tempo e, ele é implacável, graças à Deus que o é com todos. Nas fotos também deparamos que muitos já se foram para o outro lado do além, deixando saudades e imaginação de como seriam se aqui ainda estivessem. De repente fui acometido de um sentimento de melancolia e, achei melhor guardar aquelas lembranças, porém, me veio a mente que seria muito interessante meditar sobre o passado, o presente e o futuro. Isto porque existe uma quantidade significativa de pessoas que gosta muito mais de viver somente o hoje, pois o passado já foi e não volta mais e, o futuro, fatalmente virá, porém, é fato de que ninguém pode saber como será. Mas, de uma coisa é certa, todos indistintamente ficaremos velhos e, aí como será? Tem muita gente que não gosta nem de pensar e, contam com a vaidade para poder pelo menos tentar disfarçar as rugas, os cabelos brancos e, as dificuldades de pensar, ou de andar. E, nem mesmo fazendo este titânico esforço se consegue ficar mais novo. Ocorre que tendo essa atitude, na melhor das hipóteses, com camuflagens diversas engana-se a si mesma e, no afã de se apresentar mostrando-se o que não é, acaba, invariavelmente, exibindo, infelizmente, um papel extremamente ridículo. Tendo em vista que, na maioria das vezes, com o decorrer dos janeiros torna-se quase que impossível evitar o desastroso encontro com o senhor Alzheimer ou, quando não com o senhor Parkinson, amigos quase que inseparáveis da terceira idade. E, pegando carona na oportunidade, é de bom proveito acrescentar neste assunto uma pequena colocação de Jesus, onde Ele manifesta o seguinte: “quando és novo, vais onde quer, vestes o que quer e, fazes o que quer, contudo, quando envelheces, vais onde não quer, vestes o que não quer e, fazes quase tudo o que os outros te mandam fazer”. Infelizmente, os da terceira idade, geralmente, são vistos como fardos ao invés de serem vistos como bênçãos. Notadamente, com os nossos próprios pais quando precisam de nossa ajuda, somos rápidos em esquecer tudo aquilo que fizeram por nós um dia, isolando-os dos cuidados de que seriam merecedores, ou se por outro lado, os acolhemos não o fazemos com o amor do qual seria apenas uma retribuição dos sacrifícios que fizeram para que pudéssemos chegar até aqui. Interessante que a todo o momento vemos nos meios de comunicação algo sobre os idosos, inclusive, alguns profissionais ligados ao assunto, com a intenção ou não de amenizar os sofrimentos criaram alguns slogans tipo, “melhor idade”, “terceira idade” e alguns outros que não me recordo. Porém, o fato é que viver na velhice nesta filosofia atuante hoje, de que o que é velho é descartável, na verdade é deprimente. Para considerar, através dos milhões e milhões de exemplos espalhados pelo mundo inteiro, a maioria quase que absoluta dos idosos vive hoje em penúria, desprezados e, acima de tudo mal amados. É uma pena existir dentro do ser humano tamanha maldade e falta de consideração. Entretanto, como a vida continua o melhor e, por sinal há tempo ainda, seria muito caridoso de nossa parte refletir as quantas anda o tratamento de nossos próprios velhinhos. Afinal é quase certo que cada um de nós tem um velhinho na nossa vida, e, por oportuno não se esqueça de que amanhã seremos um deles. Amém.