Sonhos desfeitos

Desde que o mundo é mundo os sonhos são sonhados e as esperanças são ativadas, uns se realizam e, outros são desfeitos, às vezes, da noite para o dia. Todos nós quase que sem exceção quando criança foi obrigada a responder a seguinte pergunta: “O que você vai ser quando crescer?” Milhares e milhões de respostas por esse mundão de Deus foram respondidas, sendo que boa parte delas foram sugestionadas a dar como resposta que gostariam de ser igual ao pai, no caso, médico, professor, jogador de futebol, etc. etc. e etc. E, neste turbilhão de conquistas e derrotas, numa luta constante, as vezes realizamos os sonhos, porém, em outras perecemos. A bem da verdade, por uma graça divina de Deus, Ele não nos permitiu saber antecipadamente o que estaria reservado a cada um nós neste trajeto das lutas permanentes. Pois, se soubéssemos, temos certeza absoluta que tudo seria diferente. Uma vez que, sabendo como somos, fatalmente, iríamos querer influenciar no andamento das coisas. E, levando em conta o nosso egoísmo congênito, iríamos desejar somente o melhor para nós e, os demais que se danem, aliás, como acontece nos dias de hoje. Portanto, a gente não sabe o que vai acontecer daqui a pouco, podemos estar aqui felizes e, de repente já não seremos mais daqui. E, dentro desta lógica universal, embora a maioria absoluta não se conscientize, achando que vamos ficar para semente. Vivem sem nenhuma preocupação do amanhã ou, melhor acalentam sonhos maravilhosos, sonhos inclusive atingíveis. Todavia, o mistério da vida com o seu manto avassalador seqüestra como se fosse uma pena modesta de um beija-flor todos os sonhos sonhados e, de repente desfeitos. O acontecido lá na Colômbia, com o promissor time da Chapecoense e, demais pessoas agregadas ao esporte, foi extremamente funesto e, certamente, entristeceu e enlutou o mundo todo. Imaginem quantos sonhos foram desfeitos ali, quantas perspectivas de um futuro brilhante ficaram enterradas nas montanhas frias de um pais distante, não dá para acreditar, mas, os sonhos morreram ali. A gente aconchegou a Chapecoense no coração, por ela neste exato momento representar todos nós, a nossa própria vida. Portanto, somos a chapecoense em tudo, pois, é certo que batalhamos, lutamos, ora ganhamos, ora perdemos estamos quase sempre alerta com o porvir. No entanto, caríssimos, este hiato aberto dentro de nós, depois disso, vai demorar um bom tempo para cicatrizar e, certamente, para alguns outros, jamais se cicatrizará. Porém, é preciso que não fiquemos somente nos sentimentos interiores, eles, as vítimas, merecem muito mais. Assim é que o acontecido vale pelo menos uma reflexão profunda de nossa parte, em torno de nossas vidas, uma vez que, por enquanto, vamos ficar aqui e, vamos ter que seguir em frente. Por isso, porque será que brigamos, discutimos e não nos entendemos por pouca coisa, que se formos pensar não nos está nos levando a nada. Por que será que o nosso já combalido coração não se oxigena somente de amor? O que se precisa fazer para nutri-lo deste sentimento maravilhoso! Cremos que poderíamos sorrir mais, amar mais, ser tolerante, respeitar a fraqueza do irmão, sonhar mais e acalentá-los mimosamente, abraçar mais quando se está presente, pois, depois que se foi não vai dar, ser autêntico sem ser sistemático só isso basta.