Sofrimento desnecessário

Gozado como as coisas nos meios sociais acontecem como um relâmpago, normalmente do nada se faz uma tempestade num copo de água. Senão vejamos, passa por você uma pessoa conhecida e, ela simplesmente o ignora, agindo como se você não existisse. Daí, você fica tabulando mil coisas na cabeça, será que ela não me viu ou aconteceu alguma coisa? E, como nós por natureza somos excessivamente presos a dúvidas e incertezas, vamos, certamente, se descabelando até não ver aquela dita cuja novamente, para tirar aquela dúvida atroz, adquirida naquele famigerado passado encontro. De repente, na mesma calçada que se está andando, lá vem àquela figura que foi motivo do desespero,  acumulado durante aquela semana toda e, agora chegou finalmente o momento para tirar as dúvidas. Quase se aproximando, fico remoendo por dentro, com pensamentos os mais tenebrosos possíveis, será que ela vai ou não me cumprimentar. Tal qual foi a minha surpresa que a renegada, propositadamente, entrou numa loja antes que eu me aproximasse. Daí selou definitivamente todas as minhas preocupações, sem dúvida alguma, aquela fulana estava com raiva de mim. Com certeza, deve ter havido algum “diz que diz” a meu respeito sobre ela e, possivelmente tenha provocado o seu afastamento sem explicações. Normalmente nestas circunstâncias ficamos atazanando a nossa consciência querendo adivinhar o que realmente aconteceu e, isto perdura por longo tempo, colocando em xeque dúvidas e indagações fúteis. Sendo que o correto seria se realmente aquilo nos está incomodando muito, o ideal seria confrontar os fatos. Ou seja, conversar cara a cara com o suposto desafeto ou desafeta e, ir direto ao assunto, dizendo: “oi cara, o que é que está pegando?”. Pronto, de imediato as coisas seriam esclarecidas e daí para frente à amizade continuaria ou terminaria, porém, não ficariam mais “grilos” pendentes para serem resolvidos. Aliás, o que nós temos de sobra é  falsidade e também hipocrisia, pois, a todo o momento alimentamos estas duas virtudes negativas, como se fossem um troféu de campeão. Não temos a coragem de expor com dignidade os sentimentos que temos por determinadas pessoas que fazem parte do nosso dia a dia. E, vivemos tranquilamente na exposição de sorrisos falsos como se fosse uma marca registrada de nossa personalidade, um tanto quanto frágil nesta convivência. Todavia, o nosso medo maior é perder, não fomos criados para perder, embora, não importa o que perdemos, mesmo que seja sendo amizades enganosas. Por outro lado, na maioria das vezes vivemos uma vida toda caminhando sobre casca de ovos, com medo de melindrar as pessoas, querendo de toda forma conservar algo que supostamente nos sustenta. Em vista disso, fica-se, passando anos a fios suportando um sofrimento desnecessário para garantir uma permanência suspeita em grupos, às vezes, indesejáveis, porém, pela nossa embaçada ótica, necessários. E, nestes devaneios da vida, querendo achar uma felicidade plena, nos embaraçamos pelos caminhos perdidos, embora muitas das vezes não percebamos que está faltando algo, no entanto, sentimos que sim. Existe um ditado popular muito interessante, mas, poucas vezes paramos para analisar o seu sentido maior, que diz: “não é a força que resolve, mas, sim o jeito”. Quer dizer que na “marra” você apenas domina, porém, não conquista. Daí fica explicitamente claro que os relacionamentos forçados, têm como conseqüências desastres precipitados. Portanto, as amarras que muitas vezes nos prende estão localizadas exatamente na nossa intempestiva incompreensão, considerando que a felicidade pertence a todos, o segredo está em saber conquistá-la. Soltem as amarras e se desvencilhe dos sofrimentos desnecessários, seja feliz. Portanto, ame muito aqueles que o querem bem e, tente somente conquistar os demais.