Me lembro vagamente que lá pelos idos de 1.950, existia no currículo escolar uma matéria chamada Latim. Naquele tempo considerava-se que a citada língua era mãe da língua portuguesa e, na verdade a era sim. E, em assim sendo, para identificação da língua portuguesa, houve-se então, a necessidade desta matéria, o Latim, fazer parte do nosso currículo escolar. Afim de que, os ensinamentos ministrados tivessem força de demonstração da origem de nossa língua. Como, a matéria descendia da velha Europa, mais precisamente, da Itália, não foi diferente de que o professor em questão, fosse um padre, considerando os seus conhecimentos dos velhos pergaminhos das antigas populações. Em vista disso, podemos notar que até nas presentes datas, muitos termos em Latim, são usados para expressar situações de realce nas peças processuais. E propicia, sem dúvida alguma, um suposto conhecimento aos causídicos que usam deste expediente. Em vista disso, há de se convir que a maioria das expressões usadas em latim, pelos filósofos, historiadores e doutores da lei, direcionava a tratativa do assunto, quase sempre, para os quesitos voltados para a moral e aos bons costumes. Em consideração a tudo isso, me veio à mente algumas colocações daquele tempo que ainda hoje são caminhos a seguir e, que com certeza, projetam as atitudes, colocando em evidência o procedimento correto das pessoas. Existia e, que certamente era repetida pelo professor que tinha o intuito na época de reforçar aos alunos como era importante que a conduta das pessoas seguisse uma sintonia afinada com o bem viver da comunidade. Devo, agora com toda sinceridade confessar que o latim não era o meu forte na escola. Porém, existia uma frase, da qual guardei somente a tradução, aliás, não saberia escrevê-la em latim, porém, ela me seguiu pela vida inteira e, dizia, mais ou menos assim: “ somente os tolos e imbecis, escrevem os seus nomes em quaisquer lugares. ” Gente, vejam só que frase de impacto, uma vez que, hoje se formos apenas fechar os olhos, em qualquer lugar que estivermos e, abri-los, instantaneamente, vamos deparar, com um nome de qualquer tolo ou imbecil estampado na parede de um muro qualquer. Infelizmente, pode ser que até nós em outras épocas, já fizemos isso, ou, seja por vaidade em gravar o nosso nome, ou seja, por momento de fraqueza sentimental onde quisemos perpetuar algum nome de amor eterno. Vejam só a calamidade, se por ventura, algum vizinho reforma a calçada defronte à sua casa e, se não colocar alguém vigiando, enquanto, o cimento estiver fresco, certeza absoluta, que logo algum “artista”, vai destacar a calçada recém reformada, com os seguintes dizeres, “Oi, gente, o Robin Hood esteve aqui, abraços”, ou, outra frase de efeito qualquer, para iluminar, ainda mais, a sua patente ignorância. Considerando que o nome significa a personalidade da pessoa, ele, portanto, deve ser cuidadosamente guardado e defendido, através, de uma conduta exemplar, isenta de quaisquer deslizes, para servir de modelo àqueles que o cercam, principalmente aos seus familiares. O nome é o maior tesouro de uma pessoa, pode, em alguns casos, após a morte, servir até como homenagens póstumas, virarem nome de ruas, avenidas, viadutos, rodovias, praças e/ou logradouros públicos. Entretanto, a satisfação maior fica sempre para os descendentes, principalmente, os filhos, que guardarão na lembrança o orgulho de terem tido pais dignos e merecedores de todo o respeito. Já imaginaram a decepção que deve invadir o coração daqueles que são parentes próximos de políticos corruptos! Ou de pessoas drogadas e irresponsáveis. É total responsabilidade nossa manter sempre brilhando o nosso nome, pois, o nome é tudo, não o deixe cair na lama. Se cair, já era.
Arquimedes Neves – Nei
www.neineves.com.br