Há mais ou menos uns vinte e poucos séculos atrás que, muitos e muitos discutem e tentam interpretar a assertiva “não se pode servir a dois senhores”. Considerando que entre Deus e o dinheiro, existe uma diferença considerável, por isso, alguns por conveniências, são virtualmente contra esta premissa. Haja vista que ela impede de forma literal a aproximação dos amantes do poder com o Criador. Desta feita, ocorre que esta aproximação oferece oportunidade de grandes conflitos, uma vez que é sabido que o dinheiro tem uma facilidade muito grande de desviar a personalidade e o caráter do homem e, é aí, justamente, que a coisa pega. E, em consonância com esse antagonismo, é que podemos aproveitar também uma colocação de Jesus, ao dialogar com um homem rico, convida-o para segui-Lo, antes porém, seria preciso distribuir sua riqueza entre os pobres. O rico, deixou Jesus e foi embora, daí o Mestre, concluiu o seguinte pensamento: “É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no reino de Deus”. A princípio, pode nos parecer uma afirmação absurda, porém, é literalmente verdadeira para aqueles que são escravos do dinheiro. Portanto, quando se diz que não se pode servir a dois senhores, fica bem cristalino que isso é verdadeiro, uma vez que os conflitos são visíveis a olhos nus. Quer queira quer não, é infinitamente impossível uma vivência harmônica entre essas partes. Para tanto, não há dificuldade alguma em estabelecer tais distâncias, isto porque, o dinheiro tem especificamente um comprometimento individual, no entanto, pelo contrário, Deus é abrangente e, seu comprometimento é com o bem estar de todos em sentido universal. Outrossim, é bastante natural questionamentos sobre o assunto, porque é evidente também que não temos nenhuma condição de viver sem o dinheiro. Considerando que é o mesmo que define, a maioria, de nossas ações. Diante disso, vem a infalível indagação, mas, então como é que fica? É óbvio, que a prudência da compreensão desta dúvida, opera certamente, em função do nosso procedimento. É, justamente aí que reside o ponto crucial da questão, pois, neste exato momento é que somos chamados a responder a seguinte pergunta: “somos apegados ou não as coisas materiais?” Se a resposta nos deixa dúvidas, é certo que somos e. fica também bem claro que servimos a dois senhores. Agora, só para exemplificar, me lembro que da última vez que estive no litoral brasileiro, me extasiei com a beleza, tudo era bonito, os prédios suntuosos, os carrões milionários, as pessoas eram chiques e elegantes, enfim era tudo um bom pasto para os olhos. A gente até pensava estar no Jardim do Éden de tão encantador que o era o ambiente e as paisagens. De repente, tudo acabou para mim, a minha auto estima foi a zero. Bem ali a minha frente, uma cena completamente destoante daquelas todas que a pouco massageavam o meu instinto mais prazeroso. Vi um homem, todo roto e, que exalava até um odor desagradável devido a sujeira que o cobria, removendo um latão de lixo de algum daqueles prédios suntuosos. O mesmo procurava comida e, achando-a começou a separar as sujeiras que continha e, o que achava estar limpo comia ali mesmo. Creio, não ser preciso dizer mais nada. Desculpem-me. Tenham uma boa semana.
Arquimedes Neves – Nei
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