Ser ou não ser, eis a questão!

Frase antológica do grande dramaturgo inglês, Willian Shakespeare, onde alertou sobre o sentido desta expressão que quer dizer: “cada um cuida do que diz”. Pensando bem, notadamente, não se tem a preocupação de falar somente aquilo que realmente somos capazes de cumprir ou mesmo garantir. Ouvimos em todos os setores da sociedade, os mais variados tipos de conotações, das quais, muitas delas não servem para nada. Outro dia, acidentalmente, estava assistindo a um “taipe” de uma discussão entre um artista da esfera maior e um crítico musical.  E, em um dado momento, as conversas fugiram do controle e, os dois contendores, acabaram saindo da linha do bom senso e a coisa descambou para as palavras de baixo calão. No frigir dos ovos, embora houvesse um pouco de arrogância do artista, o mesmo tinha razão em seu ponto de vista, pois, o crítico musical, não estava muito seguro pelo ponto de vista que estava defendendo. Na verdade existem muitos seres humanos que gostam de se exibir e, procuram de todas as formas possíveis se destacar embora, no seu intimo sabe que é um incompetente de primeira linha. Gostam e falam muito e sabem tudo, você pode falar qualquer assunto que o sabichão se mete a discutir também, obviamente, falando um punhado de besteiras. E, estas situações são muito comuns, pois, volta e meia a gente se depara com uma figura desse tipo. Aproveitando a deixa, me lembrei de uma historia, por sinal muito boa, pode ser que já tenha contado, porém, acredito que a mesma merece reprise, com segue: “Um vilarejo lá para as bandas do nordeste, sofreu uma tromba d’água, foi uma terrível inundação, morreu muita gente, animais, as coisas materiais foram arrastadas e destruídas, enfim foi uma catástrofe considerada. Um homem que sofreu a tragédia sobreviveu, mas, perdeu tudo. Os meios de comunicação foram todos para lá, narrar os acontecimentos e, fatalmente encontraram o senhor sobrevivente que começou a contar todos os fatos para as rádios e televisões nos mínimos detalhes. Acabou ficando famoso só de contar a história, naturalmente, durante este período de dissertação dos acontecimentos, o dito cujo foi melhorando sua performance e virou uma verdadeiro palestrante, que começou a viajar pelo país fazendo palestras sobre a inundação. Um belo dia chuvoso, o ilustre palestrante morreu. Foi para o céu e se encontrou na portaria do reino com o não menos famoso São Pedro. Nas boas vindas, São Pedro foi cordial com o recém chegado e, o mesmo ao ver o santo ficou todo feliz e agradeceu a acolhida. Porém, São Pedro, disse ao novo hóspede, você pode fazer antes de se alojar um pedido que é praxe oferecer a todos os que aqui chegam. O palestrante todo radiante pediu a São Pedro, eu, gostaria como meu último pedido que o senhor reunisse todos aqui do céu no auditório celestial para que eu pudesse contar pela última vez a história da inundação que aconteceu comigo lá na terra há alguns anos. São Pedro todo solícito falou com um largo sorriso, eu já sabia e, mais ou menos já preparei tudo. E, no momento exato, com o auditório não muito lotado, pois, no céu não tem muita gente, antes que radiante palestrante começasse a falar, São Pedro, falou baixinho no seu ouvido, “cuidado com o que você vai falar, pois, aí na platéia tem um cara chamado Noé que entende barbaridade de inundação, pois, foi ele que enfrentou o dilúvio”. Portanto, caros leitores, é preciso ter noção de nossos conhecimentos, pois, na verdade ninguém sabe tudo. E, seria de todo conveniente, a gente evitar ser alvo de zombaria, inclusive, sendo conhecido como contador de lorotas. E, nunca se esquecer que cada um de nós, particularmente, é responsável pelo que diz, embora muitos ignorem isso, justamente por serem ignorantes.