A cada mês em que o calendário deixa despencar uma folhinha do todo, lá se vão mais trinta dias para o passado, com tudo que ele possa conter, ou seja, mágoas, tristezas, alegrias, encontros bons e maus, vitórias, derrotas e, muitos outros sentimentos que fazem parte de nossas vidas. Consequentemente, provocando um atropelamento nesta nossa labuta, oportunamente, cognominada de vida moderna. Na verdade, vivemos uma corrida desordenada, cuja qual, nos tem provocado uma vivência aos trancos e barrancos. E, infelizmente, em assim sendo, sem que, nos apercebamos estamos nos tornando insensíveis à amizade e, ao aconchego amoroso do lar. E, dentro desta avalanche nefasta de acontecimentos indesejáveis, como não poderia deixar de ser, estamos nos tornando robôs. E, esta transformação anormal, faz com que os sentimentos humanos se evaporem, deixando-nos agir sem nenhum espírito de solidariedade, algo tão presente, quando da aproximação de pessoas. Tais atitudes, certamente, afrontam os desígnios de Deus, que nos dispôs ao mundo para vivermos em comunidade e, não em unidade. Todavia, é preciso se ater que na conjugação dos acontecimentos, precisamos ficar atentos às mudanças, socioeconômicas e tecnológicas. Haja vista que, as mesmas produziram mudanças tanto boas como ruins também. Portanto, o tempo vai se mudando acompanhando as novidades surgidas, principalmente, com o aceleramento do progresso das comunicações. O surgimento da internet, celular, televisão e, outros equipamentos, é sabido que provocaram um progresso acentuado na humanidade. No entanto, por outro lado, não se sabe se o pessoal não estava preparado para tal, mas, houve também um desbaratamento no comportamento social como um todo, principalmente, na juventude. Nos dias de hoje, nota-se, claramente, que o distanciamento social é tido como algo danoso, ou seja, não há mais àqueles bate papos gostosos, onde a harmonia, alegria e satisfação eram latentes. Atualmente, um casal jovem, sentado numa mesma mesa, conversam com várias pessoas, particularmente, com aquela que está sentada ao seu lado, porém, a conversa é feita pelo celular, dá para acreditar. Fechando o hiato que estamos vivendo devido à nossa frieza, a nossa ausência de companheirismo e de amor, me veio à mente uma história de autor desconhecido. Porém, é bem própria para mostrar quantas cicatrizes deixamos assinaladas nos outros, motivadas pelas mágoas praticadas. Assim sendo, o conto dizia, mais ou menos assim: “Um menino bravo e malcriado, gritava com os outros, xingava, falava mal das pessoas. Seu pai deu-lhe uma bolsa cheia de pregos e, disse-lhe que cada vez que fosse ofender alguém martelasse um prego na cerca. No primeiro dia, o menino cravou 37 pregos, no segundo 30 e assim por diante, diminuindo o número a cada dia. Ele, descobriu que era mais sensato controlar seu temperamento explosivo do que ir até o fundo do quintal para martelar prego na cerca. Até o dia em que ele não perdeu a razão nenhuma vez. Quando disse isso ao pai, este retrucou, que a cada dia que passasse sem perder o controle, tirasse um dos pregos cravado na cerca. Os dias se passaram até que o menino disse finalmente ao pai que não havia mais nenhum prego na cerca. Seu levou-o até ao fundo do quintal e diante da cerca e, disse: Muito bem, mas, veja só esses furinhos que ficaram aqui. A cerca nunca será a mesma. Quando magoamos as pessoas, dizemos palavras que deixam cicatrizes iguais a estes buraquinhos. Por mais desculpas e perdões que peçamos, não vai adiantar, uma vez que as cicatrizes lá permanecerão para sempre. ” Queridos leitores, o exemplo dos pregos e da cerca, vem nos acordar para os cuidados que devemos ter nas atitudes intempestivas, onde uma incoerência pode numa fração de segundos mandar para os ares uma bela amizade ou, na pior das hipóteses, desfazer uma bela união conjugal, cujas cicatrizes deixadas ficarão amostra para a eternidade. Finalizando, lembramos que é de todo salutar, policiar a língua, pois ela pode ser do bem, mas, também, pode ser do mau, quaisquer dos resultados, depende, exclusivamente, de nós.
Arquimedes Neves – Nei
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