Trocando em miúdos, se formos pensar de verdade, a rotina, significa fazer coisas repetidas vezes, ou, fazê-las sempre, ou, melhor, fazê-las todos os dias e, sempre é tudo a mesma coisa. Aliás, isto é bem comum, nas repartições públicas, onde prevalecem as funções burocráticas ou, mesmo nos atendimentos públicos, tais como: hospitais, bancos, INSS e, demais estabelecimentos do gênero. Ocorre, também rotina nos lares, principalmente para as donas de casas, onde a repetição é uma constante e, o pior de tudo, sem nenhum tipo de reconhecimento. Portanto, é como se nada significasse. Percebe-se, claramente, que onde sempre é tudo a mesma coisa, há uma possibilidade muito grande do pensamento tornar-se turvo. Consequentemente, a descredibilização da motivação, vai precipitando-se em um processo tão rápido que as coisas vão se transformando em coisas comuns, banais e, sem qualquer tipo de brilho. Eu, particularmente e, até tenho escrito alguns artigos a respeito, que me pergunto: Por que, o atendimento em alguns lugares não é bom. É muito simples, a maioria dos atendentes, não estão nem aí e, não dão a atenção devida e, nem se preocupam com as aflições diárias dos que procuram os balcões para informações ou atendimentos. Diante destes descasos todos, cheguei a uma triste conclusão de que, tudo acontece devido a rotina, ou seja, os atendentes de quaisquer lugares, fazem aquelas de atender pessoas, em vista do definido nos seus contratos trabalhistas, portanto, fazem aquilo todos os dias, apenas como sendo um trabalho somente. Por outro lado, a gente não sabe, se é por ignorância, ou, é propositadamente, que os atendentes não veem que a rotina deles, não é rotina para aqueles que estão do outro lado do balcão. É, devido a isso que existe um grande distanciamento entre atendentes e atendidos, haja vista que, os atendentes encaram isso apenas como uma obrigação contratual e, infelizmente, é assim que as coisas funcionam. Há algum tempo atrás, houve um burburinho na cidade de que a Santa Casa, estaria planejando colocar em prática um sistema desse para melhorar o atendimento das enormes filas existentes. Confesso que não sei se o procedimento foi concretizado ou não, todavia, seria uma excelente realização, uma vez que é neste tipo de serviço que está ligado a doença do ser humano. Ou seja, filas enormes, atendimentos carentes e demorados e, na maioria das vezes, são os próprios doentes que se encontram nas filas. Por isso, que seria muito importante tirar o atendimento da rotina, pois, para as pessoas, além do infortúnio de se estar sem saúde, ainda ficarem à disposição do acaso, desanima qualquer cristão. A bem da verdade, a rotina é um procedimento prejudicial a todos, para os que a exercem acabam quase que, imperceptivelmente, tornando-as atos robotizados. Com consequências danosas, uma vez que, infalivelmente, os atos praticados vão provocar insensibilidade no relacionamento. E, é aí que vai residir o ponto sensível da questão, ou seja, a presença inevitável do mau atendimento, uma vez que, não há sintonia de atendente com o atendido. Um alega que está apenas executando o seu trabalho e, o outro, está, somente, precisando apenas do resultado. Polos opostos, consequência de resultados diversos, não combina. E, só para finalizar, todos sabemos ou, por experiência própria ou, por ouvir dizer, de quantas vezes se fica em um fila de um Posto de Saúde, com uma receita na mão, aguardando-se horas até chegar à sua vez. E, quando finalmente é atendido, o funcionário nem olha para sua cara e, diz simplesmente, não temos mais este remédio e, nem se sabe quando vai chegar. Decepção total, além do tempo desperdiçado durante horas, normalmente com sono, fome, frio e, outras coisinhas mais, próprias destas ocasiões. Posso até estar “chovendo no molhado”, porém, é certo que se fosse feito uma triagem na própria fila, verificando e orientando, certamente, os resultados seriam outros, bem mais objetivos e, bem mais próximos de um tratamento mais humano e, mais perto dos desígnios de Deus.
Arquimedes Neves – Nei
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