Sem eira e nem beira

Supostamente, numa certa ocasião, num certo lugar qualquer deste Brasil imenso, houve uma discussão para se saber o porquê de tanta gente, vivendo, sem eira e nem beira, ao Deus dará, sendo que nós como um todo, sociedade e governo, só vemos e, não agimos contra tal injustiça social! Todavia, é certo, porém, que desta discussão, não se soube jamais quais foram os resultados obtidos, uma vez que é certo que, tudo como era continuou do mesmo jeito, só o que valeu foi o cafezinho da reunião, mais nada. Pelo que se soube a lista dos assuntos foram em números inusitados, dos quais, precisar-se-ia, dias e noites só para discuti-las. A título de ilustração apresentamos os referidos assuntos, como segue: “crianças abandonadas, viciados em bebidas alcoólicas, viciados em drogas afins, doenças crônicas, falta de recursos financeiros, falta de oportunidades, educação deteriorada, viciado em jogatina, decepção amorosa, morte de um ente querido, racismo, falta de religião, não crença em Deus, derrotismo introspectivo”, mostramos apenas esses, apenas para sentir o quão polêmico é o assunto. Acreditamos, porém, que o mais importante dos pontos não foi abordado, não sei se por comodismo ou, por falta de amor ao próximo. Que é estender a mão para aquele semelhante que está precisando de apoio de uma pessoa amiga. Compreensível, pois, a principal preocupação é tirar aquele ser humano da fossa, do fundo do poço, conversar com ele, dar-lhe uma oportunidade. Enfim, mostrar-lhe que existe esperança e, que Deus sempre estará de braços abertos, basta que acreditemos e queiramos. Temos certeza, quase que absoluta, que muitas pessoas acham este tipo de assunto muito careta e, acreditam que cada um vive como quer. Obviamente, estas pessoas podem estar certas, porém, é preciso que tal opinião ou, atitude seja baseada apenas na liberdade e no livre arbítrio. Pois, se tiver voltada pela vontade em não ajudar, daí não vale, demonstra somente desamor ao semelhante e isso não é bom. Muitas vezes, temos atitudes avessas à dignidade humana, haja vista, que seria inconcebível uma pessoa querer passar por dificuldades propositalmente e, não ter nenhuma perspectiva de vida. Simplesmente, por algum revés ou, na pior das hipóteses pelo fechamento de portas, perdendo toda a motivação, seria viver como se fosse um robô.   Certamente, temos que respeitar as escolhas individuais de cada um, todavia, jamais devemos nos portar como julgadores e, definir de imediato, qualquer tipo de comportamento, apenas com palavras, muitas das vezes sem conhecer do por que levou aquela criatura para aquele estado vegetativo de vida. Ao invés de nos colocarmos com arautos da verdade, seria no mínimo razoável que víssemos os outros que se encontram em situações de abandono e mendicância com os olhos do amor e da caridade. E, não seria de todo o mal se nesse distante relacionamento praticássemos um pouco de empatia, nos colocarmos no lugar daquele pobre infeliz e responder o que gostaria que fosse feito por nós, daí fazer o mesmo por ele, só isso apenas. Convém ressaltar que o assunto é extremadamente complicado, uma vez que depende somente da consciência de cada um e, em matéria de consciência humana não se pode esperar uma resposta uniforme de comportamento. Pois, ela está sempre sujeita a “chuvas e trovoadas”, na verdade, trata-se de reações estritamente subjetivas. Sabe-se que pedintes sempre existiram e existirão, porém, podem-se amenizar este calvário, com ajuda direta ou, através de colaboração às instituições afins, em espécie ou através do voluntarismo. Muitos dirão que já ajudam bastante ou, tem outras obrigações mais importantes com que se preocuparem. Por outro lado, devemos agradecer, pois, somos felizes e abençoados por estar do lado dos que podem ajudar. Graças a Deus.

Arquimedes Neves – Nei

www.neineves.com.br