Se quiser é assim, senão, fica assim mesmo

Aqui na terrinha descoberta por Cabral, ocorrem casos do “Arco da Velha”, realmente incríveis. Por exemplo, uma coisa que teria como finalidade determinado resultado, acaba se distorcendo pelo caminho e o resultado fica totalmente, desigual, bem diferente daquele inicialmente proposto. Acontece, segundo minha humilde visão, que primeiramente, à proposta inicial, apressadamente, as colocam em prática sem o mínimo critério e preocupação se vai dar certo ou não. Normalmente, por conveniências políticas ou, senão por falta de experiências técnicas ou administrativas deixam de lado tal projeto ou, tentam consertá-lo de qualquer jeito. Apenas, a título de ilustração, por exemplo, há algum tempo atrás, não muito distante, uma senhora foi penalizada pelo IBAMA, por ter em casa um papagaio de estimação, ave considerada silvestre, a devolvê-la para o seu habitat, além de prestar serviço para a comunidade, como pena pelo ato praticado. É, aí que vem a expressão, “se quiser é assim, senão, fica assim mesmo”, acontece que a Lei Federal que rege o assunto, tem apenas uma interpretação, ou seja: “é proibido a comercialização e o aprisionamento dos referidos animais”. Portanto, mesmo que haja cuidados especiais e proteção com os animais, na convivência caseira, não importa, a lei os vê como transgressores. Por outro lado, sabemos que por parte dos legisladores, só viram o aspecto legal do ato. E, apenas consideraram a devastação indiscriminada de caça aos animais silvestres, com fins econômicos. No entanto, quando vemos uma punição feita contra uma senhora que tinha um papagaio como um ente da própria família, dando-lhe carinho e proteção, ser tratada como uma marginal, é aí que a coisa pega. Haja vista que, verdadeiramente de sã consciência, podemos afirmar, sem medo de errar, que a dita cuja lei sobre o assunto foi elaborada “se quiser é assim, senão, fica assim mesmo”. Daí queridos leitores (as), o que nos mais irrita é, porque quando da elaboração da Lei Protetiva, já não previram todas necessidades possíveis. Nesta indagação, fica evidente que as coisas não são tratadas, seriamente, como deveriam ser, portanto, tudo é feito, no “se quiser é assim, senão, fica assim mesmo”.                                                          É como se as leis fossem criadas sob as vistas grossas das autoridades e, tudo acaba sendo coberto pelo manto sempre presente da impunidade. Não dá para acreditar que vai ano e vem ano, tudo se repete, com algumas mudanças, para enganação e, ficamos sempre à deriva no caminho, sem perspectiva nenhuma. Nestes casos o rigor da lei parece fraquejar diante dos fatos onde os poderosos estejam envolvidos, atuando sempre de forma tênue, a ponto de tornar-se os atos praticados imperceptíveis aos olhos de nós pobres mortais. Tanto é verdade, que todos os milhares de casos, envolvendo os figurões da república já acontecidos e, que infelizmente, ainda irão acontecer, não soubemos de nenhuma punição acontecida e, possivelmente, jamais iremos saber. E, o pior de tudo é que a alegação apresentada, é de que o ato envolvido representou apenas um acontecimento isolado e, além do mais, não prejudicou ninguém, portanto, não mereceu a preocupação da lei. Gente, o descaramento é coisa para não se acreditar, todavia, é isso mesmo, vamos continuar na nossa peregrinação, um dia se Deus quiser e a Virgem Maria ajudar, vamos ter no nosso comando pessoas dignas, mandatários honestos, com certeza, um dia ainda, o povo será lembrado. E, com muito orgulho e satisfação enterraremos o desaforado lema “se quiser é assim, senão, fica assim mesmo”.

Arquimedes Neves – Nei

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