Reconhecimento e gratidão

Uma pessoa muito querida minha, recentemente, me pediu para que eu escrevesse algo sobre reconhecimento e gratidão e, me disse mais ou menos assim: “pai, eu gostaria, se o senhor pudesse, escrever um artigo onde o destaque fosse o reconhecimento e a gratidão. Sabe por que, é que tenho visto muitas coisas e, inclusive o senhor mesmo nos ensinou que a gente se lembra das pessoas somente nos momentos ruins. Ou seja, quando alguma coisa dá errada, geralmente vamos sempre querer saber quem foi que fez aquela arte, mesmo que já tenha passado muito tempo do acontecido. E, ao contrário, não tem a mesma força ou impulso, ou seja, quando alguém faz alguma coisa boa para a cidade ou mesmo para um nós em particularmente. Se a ação feita prosperou, ficou relevante, geralmente a gente não vai procurar os iniciantes daquele projeto, é como se o feito tivesse surgido do nada, normalmente, nem lembramos mais dele. Então, gostaria que o senhor escrevesse alguma coisa a respeito. Obrigado.” Daí então, comecei a buscar ideias e, principalmente lembranças para poder atender o pedido de meu filho. Rebusquei a minha mente, já um pouquinho desgastada, porém, em atividade e, comecei a rabiscar os primeiros conceitos. Começando, fui bem longe na história, retornei à infância, a juventude e, mesmo aos primeiros anos de vida adulta e já casado. Os baús, as caixas de sapatos vazias, porém, cheias de fotografias em preto e branco já amarelecidas, revistas velhas e jornais, foram os meus alvos preferidos, enfim, a busca não foi em vão, achei joias preciosíssimas. Primeiramente, uma lembrança minha e, que faz parte da cultura mundial, sobre a falta de reconhecimento e gratidão, do fato que ocorreu há mais de dois milênios. Lá, bem distante, onde nós traímos Jesus Cristo e praticamos a maior falta de reconhecimento e gratidão do mundo. Embora, Jesus pelos relatos bíblicos só tenha praticado o bem, pois, curou uma multidão incontável de pessoas, ensinou-nos que o bem, está acima do mal, ensinou-nos a proteger as crianças e, aos idosos, ensinou-nos a ser gente. E, nós sem dó e nem piedade O levamos ao calvário e, O crucificamos, em retribuição a tudo aquilo que Ele nos deu. Em vista isso, nota-se claramente que em se considerando os dias atuais podemos perceber que nada mudou neste expediente. Na verdade, se formos pensar melhor sobre os fatos acontecidos conosco ou, aqueles, dos quais, ficamos sabendo, nota-se também que não melhoramos nada, aliás, pioramos. Nós mesmos se formos refletir com mais cuidado, podemos, sem dúvida alguma, relatar vários casos em que fomos cruelmente desconsiderados e, também alvo de diversas atitudes puramente ingratas. Mas, por outro lado, podemos também ressaltar que já fomos em várias oportunidades protagonistas de ações deploráveis de ingratidão sobre os outros. Portanto, os males são praticados nos dois sentidos e, é aí que a gente precisava melhorar. Todavia, num dado momento, quando o meu filho me solicitou este texto sobre o assunto de ingratidão, ele me observou o seguinte: “pai, geralmente nas festividades de homenagens, por exemplo, aniversário de alguma instituição, os organizadores não convidam aqueles que foram os pioneiros no início daquele empreendimento, são totalmente esquecidos, inclusive familiares”. Com efeito, infelizmente, é assim que funciona e, somente a título de ilustração, podemos citar nos feriados, os quais são comemorados de todas as formas possíveis e imagináveis, dificilmente a gente vai achar alguém que saberia dizer o significado daquela data. E, aproveitando a deixa, podemos acrescentar uma pequena historinha, mais ou menos assim: “Uma vez, um grupo de jovens, estavam todos felizes em uma praia do nosso litoral e, era 21 de abril, feriado nacional, foi perguntado no grupo por que era feriado, somente um soube responder, o resto quase que numa só voz disseram, “o importante é que estamos aqui nos divertindo, o resto que se dane, inclusive, não queremos nem saber porque é feriado.” Hei filhão, não desanime e nem fique triste, todas as vezes em que se encontrar num momento deste, puxe um papo com alguém que estiver a seu lado e, lembre com ele, sobre as pessoas que deveriam ali estar e não estão, por esquecimento e ingratidão.

Arquimedes Neves – Nei

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