Questionamentos

Não me lembro bem, todavia, me parece que há mais ou menos uns quinze dias atrás, encontrei com muita alegria nas calçadas de uma das ruas da cidade, a figura agradável de um professor nosso de outras épocas atrás. Tal foi o meu contentamento que, como sempre, acabei explorando os seus vastos conhecimentos gerais. Daí, como não poderia de ser, o mesmo me falou que estava um tanto quanto triste, pois, recentemente, havia se encontrado com um padre amigo seu e, o mesmo lhe colocou sobre as constantes visitas que tem feito na sua comodidade para visitar pessoas doentes. A partir daí o professor como amigo do sacerdote quis, participar com ele sobre o assunto, daí ele e o vigário começaram a listar os nomes dos amigos e, outros não amigos, que se encontravam doentes e acamados e, quase a maioria sem recursos financeiros para enfrentar tal situação. É bom que se frise que na lista, não foram colocados aqueles que não aguentaram e, já se foram, ou seja, nos deixaram precocemente. Aproveitando, a deixa do assunto, nos restou, a mim e ao professor, grandes questionamentos, pois, ficamos impotentes diante do quadro que se está apresentando a cada dia. Falamos da possibilidade dos agrotóxicos jogados, indiscriminadamente, no cultivo dos alimentos, estarem causando tais doenças! Falamos também, da vida de trapezista e desregrada, em que, os jovens estão habitando, com muita intensidade, atualmente, por motivos variados. Falamos também da falta de costume, que é hereditário, entre nós, de não frequentar e não praticar a medicina preventiva, e que a maioria de nós só vai ao médico quando sente algum incômodo e, as vezes, nem vai. Falamos também, sobre o desleixo, o desmazelo do governo com a saúde pública. Por outro lado, falamos também, a velocidade com que os políticos resolvem os seus problemas particulares e, deixam ficar ao Deus dará, aqueles assuntos que envolvam, principalmente, a saúde pública. A exemplo disso, estamos “careca” de ouvir e ver através, dos órgãos de cominação, notícias que envolvam benesses aos políticos, serem resolvidas   numa velocidade incrível. E, sem medo de errar, podemos comparar tal velocidade, idêntica ou maior, daquelas praticadas pelo maior velocista da história da corrida de carros, o saudoso Airton Senna. Desculpem a minha comparação, pois, o Senna não merecia ser lembrado assim, porém, quis exemplificar, apenas e, tão somente, com relação à velocidade, mostrando, como os políticos são rápidos naquilo que os interessa e, o povo que se vire. Falamos que as autoridades falam demais e fazem de menos, principalmente, na aplicação dos recursos públicos. Falamos também das escolas públicas, principalmente, das faculdades mantidas pelos governos, das quais os alunos se formam sem qualquer tipo de retorno à sociedade que, diretamente, custeou os seus estudos. Em consequência disso, nota–se claramente que a concentração de profissionais é visivelmente maior no sudeste e sul do país. Em contrapartida, as regiões, principalmente no norte e nordeste há uma escassez muito grande de mão de obra especializada. Com evidência àquelas das áreas de saúde, uma vez que não há um direcionamento equitativo desses profissionais. Falamos dos hospitais de instalações suntuosas, porém, os mesmos deixam muito a desejar quanto ao atendimento aos menos favorecidos ou, aos menos bafejados pela sorte. Inobstante tudo isso, está realmente causando apreensão esta onda enorme de casos de acometimento de doenças, principalmente, àquelas que causam maiores preocupações. Assim, é deveras prudente que devemos nos cuidar mais e, consequentemente, estender este carinho àqueles que estão acometidos de algum mal maior. E, é muito oportuno lembrar que em situações difíceis o carinho, a atenção e o amor são lenitivos importantes e, se não, com certeza atuam como bálsamo de esperança e resignação para suportar o sofrimento. No entanto, se formos pensar bem, é tão simples e fácil nos dispor a isso, basta abrir o coração, sabendo que afinal somos todos irmãos. Por curioso e oportuno é bom não nos esquecermos do reverso da medalha, uma vez que amanhã o paciente poderá ser a gente mesmo. E aí como fica os questionamentos!

Arquimedes Neves – Nei

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