Quem acha que sabe tudo, não sabe nada

Dizem, segundo os escritos antigos, que o Rei Salomão foi um dos seres mais inteligente da face da terra. Tanto é verdade, que dizem também que o mesmo ao ganhar o reino do Oriente Médio pediu a Deus que para governar os seus súditos, precisava apenas do predicado da sabedoria. E, dizem também que Deus ficou feliz com o pedido de Salomão e, o contemplou com o seu desejo. E, de posse dessa virtude, o Rei Salomão, tornou-se o mortal mais sábio e, por conseguinte mais afortunado entre todos. Dizem também que em seu leito de morte, o rei Salomão, em alguns momentos de lucidez, pediu aos seus sábios que levassem até ele uma brasa viva. Só a título de informação, a brasa viva significava naquele tempo a vida e a morte, ou seja, enquanto permanecesse no braseiro da lareira, era a vida e, se tirada de lá, em pouco tempo o calor ia se arrefecendo e logo se transformava em um frio carvão sem vida. Com isso o sábio rei queria demonstrar a todos os presentes que a vida é um sopro divino e a morte é apenas um vento mais forte. Explicações a parte, o rei volta a pedir que lhe trouxessem a brasa viva e, pelo visto o pessoal não estava conseguindo. Uns iam até a metade do caminho e deixavam a brasa cair, pois, a mesma estava queimando as mãos e os dedos. Outros não estavam conseguindo nem tirar a brasa da lareira, tal era a dificuldade que a tarefa se apresentava. De repente, com certa ousadia, surgiu dentre os demais um pequeno menino, filho de escravos, de aproximadamente doze anos, se ajoelhou defronte a lareira e, se ajeitou para pegar a brasa viva para o monarca moribundo. Fez com uma das mãos a posição de concha e, colocou sobre ela um monte de cinza fria. E, em seguida colocou a brasa viva sobre a mão cheia de cinza, sem correr nenhum tipo de risco e, a levou diante do velho rei. Salomão ao ver a astúcia do menino, ficou sinceramente admirado e, exclamou para todos ouvirem “morrendo e aprendendo”. Interessante que o rei na sua gloriosa imponência de majestade, descobriu no final de sua existência que mesmo ele dotado de sabedoria, pela benevolência de Deus, não sabia tudo. Sendo que neste pequeno episódio, foi demonstrado ao rei, na figura de um pequeno jovem, filho de escravos, o mágico poder que tinha aquela singela criança de armazenar em seu inocente coração a simplicidade do saber. Independentemente desses exemplos todos, vemos diariamente muita gente dando cabeçadas na vida, devido a intransigências por achar que sabem mais que os outros. Sendo que o pior de tudo isso é quando a pessoa “sabida” é superior e, tenta enfiar goela abaixo as suas idéias medíocres, achando que é o dono da verdade. Aliás, existem milhares e milhares de indivíduos deste naipe e, é devido a essas incoerências que as coisas não funcionam bem, tanto no trabalho, nas reuniões sociais e, principalmente nos lares. Existem muitos que usam de forma indiscriminada o velho ditado popular que diz: “faça o que eu mando, mas, não faça o que eu faço”. E, é essa postura egoística que tem provocado ultimamente os desenlaces de muitos relacionamentos, os quais, a literatura moderna chama de “incompatibilidade de gênios”. O que nada mais é do que ter sempre um que quer saber mais que o outro, ou vice-versa. Embora, infelizmente exista um número infinito de pessoas que simplesmente ignoram que não existe no mundo todo ninguém que sabe tudo. E, para reforçar essa verdade, podemos acrescentar a afirmação do filósofo grego Sócrates, que disse: “eu só sei que nada sei”. Acredito que não se precisa dizer mais nada.