Faz poucos dias que aconteceu o Natal e, também o início de um novo ano. Épocas estas em que há naturalmente, uma magnitude espalhada pelo ar, com o poder de nos contagiar, para a busca da felicidade e, também de planos futuros bem otimistas. Por sinal, não poderia ser diferente, uma vez que, somos envolvidos, fatalmente, naquele clima de que tudo pode ser melhor de agora para frente. E, comprometidos neste espírito natalino e de final de ano, nos atrevemos a fazer muitas promessas de situações as mais variadas possíveis. Cujas quais, em números bem significativos, não são cumpridas. Alguém, poderia se lembrar de muitas delas e, creio não ser difícil fazê-lo, sobre as promessas feitas e não cumpridas. E, por qual motivo foram quebradas e, em muitas das vezes nem começadas? Seria por desleixo, por suposta falta de tempo ou, por simplesmente tê-las feito sem nenhum compromisso? Todavia, acredito que em nenhuma delas consegue-se apresentar uma desculpa convincente, que justifique o não cumprimento de uma promessa. No entanto, considerando o perfil de todos nós latinos, acho que é muito mais devido as nossas características. Ou seja, somos imediatistas, queremos resultados sempre para ontem. E, além do mais, gostamos muito de fazer trocas, ou melhor, eu te dou isto e você me dá aquilo e, por aí vai. Isto porque em todo fim de ano e, por ocasião de suas festas representativas, ouvimos as mesmas ladainhas, expressadas em promessas vãs. Justamente aquelas, que no momento de euforia, às vezes, para agradar alguém e, sem pensar muito, começamos a enumerar um rosário de pedidos. Seguidos de algum pressuposto sacrifício de nossa parte sobre o que daremos em troca, como segue: “se meu filho passar no vestibular vou largar de beber”, “se minha esposa sarar, vou começar ir a igreja todos os domingos, até o fim de minha vida”. E, para não encompridar a fila de pedidos, uma vez que os que já citei bastam para entender o sentido da questão. No entanto, fica em aberto às sugestões, pois, é certo que cada um de nós já, pelo menos uma vez, empenhamos nossa palavra, tipo promessa e, desastrosamente não a cumprimos. Afinal das contas, a promessa em si não é o inconveniente da questão, pois, em se tratando de fé particular, tudo é possível de acontecer, desde que a pessoa envolvida esteja realmente comprometida e cumpra o estabelecido. Basta ver que o próprio Jesus se manifestou sobre o tema, afirmando que a “fé comprometida remove montanhas”. Tendo em conta esta afirmação divina, o que nos incomoda de fato é ver o compromisso assumido ser totalmente banalizado, pelo descumprimento leviano, de quem se comprometeu diante de um momento de pura necessidade. E, depois, sem mais e nem menos, abandona aquela palavra dada, que pode ter sido feito a si, a uma pessoa bem próxima ou, mesmo a uma divindade. Em assim sendo, o ideal seria que a nossa disposição fosse suficiente para suportar todas as cargas disponíveis aos nossos ombros e, numa atitude maiúscula agíssemos sem necessidade de suportes outros. Uma vez que devemos reconhecer que Deus sempre nos dá as cargas equivalentes a que nós podemos carregar e suportar. Portanto, é nitidamente desnecessário nos expormos ao ridículo, dando a palavra e, ou fazendo promessa, sabendo de antemão que não teremos a mínima condição de cumprir o que foi prometido. E, além do mais, é preciso não se esquecer de que “promessas e palavras o vento leva”.