Estava eu ali pertinho da Casa União, dia destes, conversando com um amigo, da velha guarda e, havia em nossa conversa uma sintonia perfeita, haja vista que as opiniões estavam igualmente cojuminadas. Diante dessa harmonia, os assuntos ganharam proporções animadoras, razão pela qual todos tiveram, obviamente, comparações com os acontecimentos de outrora. E, como não poderia deixar de ser nestas oportunidades, o velho chavão “antigamente era assim, hoje é assado” foi à tônica do bate papo. E, a conversa começou a girar em torno da Votuporanga de antes com a de hoje. Concluímos que hoje a cidade está verdadeiramente uma beleza, no entanto, também não poderíamos deixar de frisar com certo pesar de que muitas coisas deliciosas de antigamente, hoje certamente já não a são mais. Pode até parecer combinado, todavia, o primeiro assunto que nos chegou a baila, não poderia ser diferente, foi o referente a educação. Oportunamente, foi comentado, tendo em vista que a todo o momento a gente sofre um baque sobre o comportamento dos mais jovens, principalmente das crianças, onde as palavrinhas mágicas (obrigado, por favor, desculpe-me, o senhor ou a senhora primeiro), certamente, desapareceram do dicionário dos ditos cujos. Hoje, infelizmente, as crianças e os adolescentes, fazem “gato e sapato” dos mais velhos e, de preferência dos pais. Antigamente não era assim, portanto, neste particular as coisas pioraram muito. E, aproveitando a carona do assunto Educação, fizemos também comentários sobre a Educação no sentido de Cultura, infelizmente os resultados foram totalmente desastrosos. Tanto é verdade, que exatamente naquele momento passava por nós uma perua preta com vários passageiros e, subitamente num gesto bem natural, foi atirado pela janela do veiculo no leito carroçável da rua, um punhado de cascas de frutas, o que nos pareceu de laranja. Nisto, eu e meu amigo nos entreolhamos e, apenas balançamos as cabeças num gesto de decepção, uma vez que Educação e Cultura não devem ser o forte do povão, principalmente quando se está fora de casa. Isto por que é sabido de todos nós que existem muitas famílias que no calar da noite pegam os seus lixos, mais precisamente os lixos orgânicos e, os depositam na maior “cara de pau”, nas margens das rodovias e ou nos terrenos baldios. Sem mais delongas, também neste expediente, a coisa piorou e muito. E, querendo alegrar a conversa, viramos o assunto para o futebol, de cara, a Votuporanguense foi lembrada, com muitas saudades. Pois, na década de 60, ela brilhou intensamente e, era a alegria das tardes de domingo de todos nós aficionados. E, agora as alegrias são minguadas, temos pouco futebol e muito comércio em torno do referido esporte, basta ver nos periódicos esportivos que qualquer “perna de pau” quer ganhar uma fortuna e jogar muito pouco. Por conta disso, os times de futebol estão rareando na maioria das cidades, devido ao alto custo para sua manutenção. Portanto, é mais uma atividade que piorou muito e, sem chance de reabilitação. Em seguida, como se fosse uma lembrança meteórica, meu amigo saudosamente lembrou dos tempos das pipas e dos papagaios, diversão altamente prestigiada nos áureos tempos de molecada. Inclusive, foi muito bem lembrado que na década de 50 no memorável Ginásio Estadual da Rua Pernambuco se realizava anualmente os torneios de pipas e papagaios. Brincadeira inocente e muito criativa, sem que se tivesse ou soubesse que existiam linhas banhadas com cerol, pois, não havia maldade e nem disputa desigual. Hoje, a notícia corre com a seguinte manchete: “linha de pipa untada com cerol, cheia de vidro moído, corta garganta de motoqueiro, polícia procura responsável”. Gente, a coisa piorou e muito. De repente, eu e meu amigo, ficamos muito estarrecidos, pois, verificamos que dentro daquele tempo que nos propusemos a conversar sobre as coisas da vida, notamos que não falamos nada que se pudesse aproveitar. Isto por que, as coisas pioraram muito e, é uma pena. Ah, é bom lembrar que não falamos sobre política, propositadamente, porém, neste campo a coisa está muito feia, aliás, piorou um bocado. Todavia, nos parece que horizontes sombrios estão para se precipitar nos céus de brigadeiro deste amado Brasil. O povo está acordando e o governo ainda ignorando, de repente o inesperado pode acontecer, uma vez que ninguém é de ferro e, paciência tem limite. Piorou e muito.