Muitos dizem que viver do passado é sofrer duas vezes, outros que o passado já passou e acabou nada de lamentações, outros ainda dizem que quem vive no passado é igual caranguejo, não progride, só vai para trás. Enfim, cada um é cada um, portanto, as conseqüências se direcionam para aqueles que deixaram à peteca cair e, não souberam administrar o jogo. Isto tudo está vindo à baila porque estamos enxergando a olhos nus o declínio vertiginoso da Educação com relação ao passado e ao presente. Até final da década de 50 e meados da de 60, o programa escolar colocado à disposição das crianças até a quarta série, portanto, período considerado primário, era de primeira qualidade. Haja vista, o que se aprendia neste período, poder-se-ia hoje ser considerado melhor que o período compreendido até o colegial. Essa decadência curricular é plenamente visível em quaisquer comparações que se queiram fazer, uma vez que o ensino de outrora pautava suas metas numa alfabetização de excelência e, também em possibilitar aos alunos o máximo possível de conhecimentos, principalmente de organização social. E, por falar nisso, existia uma matéria básica que era ensinada no primário, que se chamava Organização Social Política Brasileira (OSPB) e, está aí uma matéria que inexplicavelmente foi banida do currículo escolar. Na verdade, o que nos deixa bastante penalizados é saber que o ensino está cada vez mais desprezado, em situação precaríssima onde podemos constatar total abandono. E, pelo cúmulo dos cúmulos, existem no nosso vilipendiado país escolas sendo assistidas debaixo de árvores, inclusive colaborando para proporcionar um aprendizado pobre e sem perspectivas futuras. Daí é que podemos hoje sem muito esforço achar estudantes com o colegial completo, mostrar conhecimentos de pessoa semi-alfabetizada, infelizmente. E, dentro desta exposição de um verdadeiro quadro negro, vemos com certa vergonha resultados lamentáveis em quaisquer concursos realizados onde a média de reprovação oscila entre setenta a oitenta por cento. O que vem demonstrar claramente o nível paupérrimo do ensino brasileiro e, para clarear mais a constatação podemos comentar a participação dos jovens no recente ENEN/2013. Onde na prova de redação que solicitou o texto sobre “Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil”, pudemos pinçar algumas colocações feitas a respeito pelos alunos, como segue: “A Lei fica tendo esse nome porque sem cerveja a gente dirigi com a garganta seca”, “No rio de janeiro não pode dirigir bebendo mas pode ouvi fank, ainda não existe lei sobre isso”, “Acho a polícia muito errada eles são grosso com o trabalhador que quer se divertir com uma cervejinha”, “As mortes diminuíram porém tem mais gente viva do antes, graças a Deus”, “Eles deviam trocar o bafômetro e mandar fazer o 4 com as pernas pois eu seu fazer o 4 quando estou bêbado”, “Na lei seca dos estados unidos surgiram muitos mafiosos mas no brasil ainda não apareceu isso porque o governo está de olho nas manifestações”, “Falta de bebida faz as pessoas dirigir triste”, “Temos que bater palmas para a skol porque fez a lei motorista da rodada para não beber quem dirige”, “O bafômetro é tipo pegadinha, eles manda você bebê mas não sai nada a poliça devia ser mais séria”, “A lei seca também conhecida com lei da física ou lei 11.705/2008 melhora os direitos humanos”, “A desigualdade é grande no Brasil até na lei o Rio de Janeiro consegue comprar etilômetros mas aqui no Maranhão a polícia só tem dinheiro para bafômetro”, “Já que não pode beber a presidente Dilma deveria liberar a maconha que faz dirigir relaxado e tranqüilo”, “Quem bebe e dirigi tem que no mínimo morrer”, “Quando a pessoa morre em acidentes por causa da bebida além de perder a vida ela pode também perder a carteira de motorista”, “Meu pai inclusive ano passado sofreu um acidente fatal mas felizmente ela passa bem e hoje está no AA”. Sinceramente é de doer e de chorar ver um quadro desses, onde uma quantidade significativa dos participantes mostra que não têm condições alguma de freqüentar uma faculdade, estamos novamente à beira do barranco. Haja vista que as perspectivas de melhoras são remotíssimas pelo fato que não vemos no momento nenhuma possibilidade de mudanças no ensino brasileiro. Todavia, paira sobre nós uma grande dúvida, não sabemos se tal situação é proposital ou, acontece por incapacidade das autoridades. Das condições apresentadas, optamos pela menos traumática, ou seja, o fato acontece por incapacidade das autoridades, infelizmente.