Lembro-me bem quando de minha infância, lá pelos idos, mais menos, de 1.950, os antigos tinham muita participação na criação das famílias e, as faziam com muita sabedoria e, capacidade. Tanto é verdade, que criança não se metia “a besta” de se intrometer na conversa de adultos. Caso isto ocorresse, “tadinho do filhote”, além de levar uma aula de comportamento, sobrava sempre, após, as devidas explicações, uns “pedalas Robinho”, para, a dita cuja, não se esquecer do atrevimento cometido. Outrossim, é interessante lembrar, que naqueles tempos saudosos, os antigos, usavam muito para reforçar as conversas e, dar uma ênfase maior no sentido das frases, os ditados e, os provérbios da época, como reforço primordial, no sentido moral, de cada uma delas. Em vista disso, eu, particularmente, me lembrei de um dito popular, infelizmente, de autor desconhecido, que dizia, mais ou menos assim: “ se alguém decide parar e, esperar que as coisas melhorem, verificará dentro de pouco tempo, que aquele não parou e, não esperou, estará tão longe que jamais poderá ser alcançado”. Pronto, diante deste ditado, tornei a ficar encabulado, como dantes, quando ouvi o referido ditado pela primeira vez. Todavia, por sorte, consegui chegar novamente a feliz conclusão de que realmente devemos arregaçar as mangas, diante das dificuldades, pois, elas surgem na vida de todos nós, indistintamente. Aliás, há um mal de que todos nós, sem exceção, carregamos, que é a falta de confiança que temos em nós mesmos e, que nos é companheira, por quase toda a vida. E, somos, na maioria, das vezes, possuídos por uma letárgica reação que nos, dificulta pelo menos, a tentar virar o jogo. Todos nós, já vimos muitas pessoas alcançarem o sucesso e, quase sempre, ao invés, de ficarmos admirados e felizes, pelo contrário, somos tentados a embaçar o brilho daquela conquista, que por comodismo e inércia, não conseguimos. Quando um jovem se forma numa carreira de destaque, por exemplo, um médico ou, qualquer outra profissão, a gente não tem ideia de quantas privações foi necessário passar para se ter aquela conquista. Por outro lado, é certo também que muitos estavam nas “noitadas”, nas festas, nas diversões, nos namoros, enfim, “gozando a vida”, enquanto os, dedicados, estavam se privando de tudo isso. Estavam malhando, passando noites em claro, apenas estudando e pesquisando ou, trabalhando para conquistar os objetivos.  Fica bem claro e evidente que para se vencer na vida é preciso se doar, intensamente, não ter preguiça e, lutar com toda perseverança possível e, inimaginável. Ou, seja, “para ser alguma coisa na vida, antes de tudo, é preciso arregaçar as mangas, só isso. É necessário se privar de muitas coisas, as quais, serão futuramente vivenciadas no sabor dos louros da vitória. Outro exemplo muito marcante também é a famosa fábula de La Fontaine, sobre a Cigarra e a Formiga. Onde a cigarra folgada no outono apenas se preocupava em dançar e tocar violão, enquanto a formiga precavida e conscienciosa trabalhava e juntava alimentos para passar o inverno tranquilamente com a família. O resto da fábula todo mundo sabe, porém, se por acaso alguém desconhece, pede para a vovó completar o conto, vocês vão gostar. Existem milhares de exemplos, basta olhar ao nosso redor, ou melhor, para nós mesmos. Sabemos que a porta dos prazeres, é demasiadamente larga e confortável, enquanto que, a porta das vitórias, dos sucessos é muito estreita e apertada. Queridos leitores, é imprescindível parar um minuto de tudo que estiverem fazendo, olhem com atenção as duas portas e, decida qual delas quer para você! Não deixa de ser uma escolha difícil e, de condição personalíssima, todavia, ninguém pode escolher para você.

 

Arquimedes Neves – Nei
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