“Pai nosso que estais no céu”, oração universal que significa a grandeza de Deus para com os homens da terra. Interessante que Jesus em seus ensinamentos mostrou aos discípulos, a pedido deles, como deveriam rezar e, Ele ensinou-os o Pai Nosso. Todavia, numa reflexão mais profunda, quando estamos fazendo esta oração, sentimos na alma uma aproximação familiar com Deus. De fato, cremos que tenha sido realmente esta a intenção de Jesus, ou seja, promover uma aproximação mais estreita entre pai e filho. No entanto, há muito tempo, toda vez que faço esta oração, fico pensando o porquê Jesus quando nos ensinou, ao invés, de colocar a palavra pai como destaque principal, não colocou outra que pudesse referenciar melhor a grandeza de Deus. Por exemplo, Deus que estais no céu, Criador que estais no céu, Divino que estais céu, Rei dos Reis que estais no céu e, assim por diante. Daí nos pareceu que esta escolha feita por Jesus começando a oração com a palavra pai, Ele quis dar um significado maior para a condição de ser pai. Conseqüentemente, colocou naquele preciso momento, nos ombros de todos os pais a responsabilidade familiar. Onde, de certa forma, reforça o conceito de que realmente não basta apenas ser pai é preciso participar, sentir que dependem de suas ações e atitudes o destino e o futuro de uma família. Porque, na verdade, um pai vivo, porém, ausente, significa sem sombras de dúvidas uma família doente. As nossas vidas são feitas de altos e baixos, portanto, é muito importante vivê-la com simplicidade e plantando sementes que vão futuramente dar bons frutos, pois hoje somos filhos e, amanhã com certeza, seremos pais. Interessante que quando se fala sobre esse assunto família, principalmente sobre a condição de pai, a mim, sempre me vem a lembrança um dito popular que diz mais ou menos assim: “Um pai pode cuidar de dez filhos, porém, dez filhos, normalmente não tem condições de cuidar de um pai”. Curioso e, no mínimo muito estranho, todavia, está absolutamente correto, ao contrário, com raríssimas exceções. O mal maior dos relacionamentos familiares reside principalmente na fusão de outras famílias por ocasião dos enlaces. É muito comum quando se unem duas famílias a gente ouvir da parte de um deles a seguinte observação: “eu não vou ficar para sempre morando com seus pais ou, na pior da hipóteses, eu não quero que seu pai fique morando com a gente por muito tempo, arruma um lugarzinho para ele”. Infelizmente, existem pais que mais parecem ciganos, vivem uma temporada de cada vez nas casas de seus filhos, fazendo um rodízio obrigatório de permanência para não saturar as famílias que os hospedam. Interessante como que a vida nos propicia um paradoxo inevitável, uma vez que muitos de nós, principalmente neste dia de comemoração do dia dos pais, já não os temos mais entre nós, pois, os mesmos, com diz o Rolando Boldrin, “já viajaram fora do combinado” e, quantas saudades nos deixaram. Virando as páginas tristes, porém, não as esquecendo, é bom destacar que felizmente existem milhares e milhares de pais felizes com os seus filhos e família, haja vista, que o mundo é habitado por muito mais pessoas boas do que más, ainda bem. Assim é que aproveitando este ensejo façamos um grande brinde a todos os pais vivos, figuras essas ungidas de Deus para a missão tão nobre de provocar a geração da humanidade e, aos pais falecidos, as nossas lembranças, saudades e muitas orações. Obrigado, queridos pais, por tudo.