Padre Sílvio

Lá pelos idos de 1.978, chegava a Votuporanga o Padre Sílvio Roberto dos Santos, trazia na bagagem somente a vontade de fincar aqui as suas esperanças e, para isso trazia apenas a vontade de construir um pedacinho do céu. Cheio de humildade e, com o fôlego de padre moço, conseguiu aos poucos arregimentar um pequeno exército de leigos para ajudá-lo na empreitada. Todavia, é muito bom lembrar que para tanto ele e nós também contávamos com a pessoa forte e marcante da senhora sua mãe, a saudosa dona Ana Ferreira dos Santos. Portanto, não há como não se lembrar e referenciar a presença decisiva de dona Ana nos momentos mais importantes do crescimento da comunidade de Santa Luzia. Ela, sem dúvida alguma foi um exponencial no processo de formação da comunidade. Isto posto, é sumamente impossível não render homenagens póstumas a essa grande mulher que além de participar ativamente dos trabalhos da paróquia, foi o instrumento escolhido por Deus para trazer ao mundo a figura maiúscula de padre Sílvio. O²€ado dona Ana por tudo. Quanto ao vigário Sílvio, não há também palavras e nem manifestações possíveis para agradecer tudo que fez para a comunidade e, também para a cidade como um todo. Haja vista, as grandes obras deixadas, algumas delas de renome nacional, podemos citar a Comunidade de Recuperação Nova Vida e, outras mais. E, é muito bom frisar que o nosso querido sacerdote é um homem bafejado pelo sopro divino do Senhor, uma vez que foi brindado com muitos dons e, poderia ter sido uma pessoa muito rica se tivesse escolhido qualquer um deles. Poderia ter sido um grande artista, caso quisesse seguir a carreira de cantor, poderia ter sido modelo ou estilista e, em quaisquer destas profissões, com certeza, teria sido muito rico e famoso. Inquestionavelmente, os desígnios de Deus são outros e, Ele, na sua infinita sabedoria o fez sacerdote. E, afinal de contas quem ganhou com isso, obviamente todos aqueles que tiveram, tem e terão a felicidade de tê-lo como pastor e amigo. No entanto, é muito oportuno afirmar que o próprio Sílvio pelas suas ações nos mostra claramente que ele é uma pessoa extremamente feliz em ser sacerdote, pois gosta do que faz. Quanto à transferência do padre Sílvio para uma paróquia de São José do Rio Preto nos entristece muito e, cremos que a cidade toda. No entanto, devemos considerar isto como uma necessidade da Diocese, visando principalmente oxigenar os comandos locais no sentido de proporcionar horizontes mais azuis à comunidade. A bem da verdade o padre Sílvio já está há muito tempo representando a Diocese, principalmente, na pastoral da juventude, haja vista que durante o mês de julho/11 esteve na Espanha fazendo este trabalho a nível mundial. As lamentações pela sua saída são válidas e verdadeiras, cremos que a cidade ficará um pouco triste com a sua ausência. Todavia, seria muito oportuno que a nossa comunidade, neste momento, ao invés de dificultar emocionalmente o processo, seria de bom alvitre mostrar serenidade e compreensão, posturas estas que ajudariam muito, até o próprio padre Sílvio. É costume do povo latino, chorar a ausência esquecendo-se obviamente de agradecer a presença. Vendo a situação deste ângulo, o ideal seria agradecer o Senhor da seguinte forma: “Meu Senhor e meu Deus, obrigado por teres permitido que o padre Sílvio ficasse conosco por mais de três décadas. Neste período aprendemos o significado do amor ao semelhante. Aprendemos o sentido da palavra equipe. Rimos muito e, também choramos muito. Vimos muitos amigos partirem e, ao mesmo vimos muitos nascerem. Senhor como foi bom conviver com o padre Sílvio, durante todos esses anos. Foi uma dádiva e uma benção Vossa ao nos possibilitar este convívio, onde todos crescemos. O padre, Senhor, vai embora, mas jamais esquecerá  desta cidade. Amém”. Inclusive para deleite de todos nós o padre Sílvio é Cidadão Votuporanguense e, com certeza lá em seu escritório na nova paróquia vai pendurar este diploma, para orgulho nosso e dele também. E, como bons cristãos, nos resta apenas dizer: Padre Sílvio, vá com Deus, seja feliz e, seja forte diante desses novos desafios, você é capaz. E, aproveitando ao ensejo, lembrando que Votuporanga é também a capital da Hospitalidade, saudamos o padre Geomar, com boas vindas e com um grande abraço fraternal.