Está fazendo um ano e alguns meses que o padre Sílvio foi embora e, por outro lado, por igual período faz também que o padre Geomar está conosco. Quem estiver lendo este artigo, certamente, exclamará “nossa, já faz tudo isso que aconteceu!” Interessante que naquela oportunidade houve um grande alvoroço devido a possível ida do padre Sílvio para outra cidade. Alguns mais apaixonados tentaram de toda forma broquear o já estabelecido pela Diocese, inclusive usando expressões um tanto quanto desabonadoras com relação à decisão do senhor Bispo. Criando certo mal estar tanto para o padre que ia e, principalmente para aquele que vinha. Intempestivamente o ser humano é afoito nas coisas que lhe são caras, não gosta de perder. E, a história nos mostra que tais atitudes acabam dando sempre com os “burros n’água”. Ou seja, aquele que vem, na maioria das vezes, nos surpreende, pois, é pedra preciosa que não precisa de nós para brilhar, pelo contrário, possui brilho próprio e, o suficiente para ajudar-nos a brilhar também. E, com já frisado a gente acabou presenciando com o passar do tempo que o padre Geomar era de fato uma figura ímpar, uma alma boa de conviver, inteligente, competente e, acima de tudo preocupado com o seu rebanho. Naturalmente, que as mudanças antes de acontecerem causam certa apreensão nas pessoas, por desconhecer o que está por vir. Principalmente em instituições, como igrejas, onde os grupos auxiliares já estão por longo tempo formados, naturalmente, alguns ficam apreensivos e preocupados sobre as suas posições diante da nova direção que está chegando. Em vista destes comportamentos um tanto quanto egoístas, é bem comum que tais posturas prejudiquem, sobremaneira, o trabalho do novo titular. E, isso é ruim, pois, para se amoldar o ambiente dentro das novas expectativas demora um pouco mais, desgasta um pouco mais e, naturalmente a compreensão da comunidade resiste mais. O que, aliás, não deveria. Todavia, segundo experiências sobre o assunto, é certo, que as mudanças tirando o lado emocional, têm o principal propósito de oxigenar o ambiente com uma visão diferente a ser estabelecida pela nova direção. Assim é que dentro deste ambiente não muito favorável, naturalmente, o padre Geomar teve algumas dificuldades para se ambientar, haja vista que até correu boato de que o mesmo sentiu o desejo de nos deixar. Como se tratou de um boato então, não se sabe se era fato ou não. No entanto, é bem melhor deixar pra lá, uma vez que em tempo as coisas começaram a se normalizar. Entretanto, como a vida sempre nos traz surpresas, ora agradáveis, ora desagradáveis e, quando tudo estava se engrenando, tivemos a infausta surpresa de que o padre estava acometido de uma doença gravíssima. A notícia correu como se fosse um estopim de pólvora e, consequentemente virou para nós um grande pesadelo. E, neste período de incertezas, com a falta do pároco, a paróquia sentiu enormemente o baque de sua ausência, ficou estagnada. Salvo, nos rituais litúrgicos, referentes missas, batizados, casamentos e demais, os quais foram devidamente realizados por outros sacerdotes e, principalmente pelo diácono José Roberto, dentro da normalidade. E, como não poderia deixar de ser, nestes momentos dolorosos é que se verifica a grandeza de uma comunidade e, pelo que vimos e sentimos foi uma verdadeira peregrinação de orações e carinho dedicada ao pastor de todos nós. E, graças ao divino Deus, o padre Geomar passou por essa turbulência e, está agora quase novinho em folha para poder nos conduzir com sabedoria aos caminhos da salvação. Obrigado Deus. Por outro lado, isto demonstra claramente que os nossos sentimentos e, ou, predileções têm uma variação muito constante, haja vista que nós nos apegamos facilmente a tudo, inclusive às pessoas. É, contudo, certo que infelizmente essa nossa invariável inconstância nos permite estar bem próximos de injustiças, isto porque nos esquecemos sempre que na vida ninguém é de ninguém e tudo passa. E, especificamente com referência a sacerdotes, é bom frisar que quando se diz que Deus é onipresente, certamente é verdadeira a afirmação. Porém, queremos crer que em muitas dessas oportunidades “Ele” se vale dos préstimos dos padres, pois, são os mesmos que sempre estão pertinhos de nós, pela graça divina. Em conjugação com essa premissa, certamente, é muito bom afirmar que a semente espiritual de uma comunidade só germina se estiver literalmente ligada à presença magnânima do sacerdote. Portanto, padre Geomar, perdoe-nos e, sem nenhuma caretice afirmamos, nós realmente amamos o senhor. E, como o senhor bem sabe o padre não tem morada terrena, é apenas um instrumento de Deus a serviço de seu povo, seja lá onde for. Mas, no momento a sua casa é aqui na Santa Luzia, esperamos que seja por muitos e muitos anos e, por sinal, estamos muito felizes com isso. Amém