Estamos quase terminando o ano, que há um ano era realmente a expectativa de um novo ano. Interessante que em todos os seguimentos da vida existe um momento que necessariamente precisamos fazer um balanço de como andam as coisas. E, para tanto, é preciso parar e pensar friamente como fizemos isto ou aquilo. Às vezes isto não acontece porque nos envolvemos com milhares de outros afazeres e a única maneira de nos fazer parar é ser acometido de alguma tragédia ou se ficar doente. Invariavelmente, sempre o que nos faz pensar sobre a nossa vida são coisas desta natureza, ou seja, a parada sempre é forçada, nunca de espontaneidade natural. E, quando a coisa acontece por fatos supervenientes não controláveis, fatalmente o nosso pseudo balanço não recebe os cuidados que deveria. Uma vez que o nosso pensamento estará, certamente, pousando em outros lugares infinitamente inversos daqueles que realmente deveriam estar. As perguntas vão ficar, com certeza, sem respostas, haja vista, que os nossos pensamentos estarão povoados com atividades que ficaram paradas por conta desta parada obrigatória e indesejável. Estamos sempre apressados, existem mil coisas que precisamos fazer, estamos sufocados, mas, não paramos, urge dentro de nós aquela necessidade de fazer mais e ganhar mais. E, com esse procedimento egoístico de que somos insubstituíveis não damos oportunidades a nós mesmos e, o que importa é ter e não ser. Aliás, não curtimos nada de belo, não vemos a natureza, tudo é cinza e o céu realmente não existe. Ora bolas, isso realmente não tem importância, afinal como todo o momento é sagrado, o melhor mesmo é nos dedicar aos negócios, procurar arrumar fórmulas mágicas para ficar rico, ganhar bastante dinheiro é o que importa. Que se dane a natureza e tudo que estiver dentro dela. Seguimos em frente quase sem respirar direito, não podemos perder muito tempo com família e natureza e, quando o fazemos somos falsos ou estamos tentando, com sacrifício, agradar alguém. É o caso quando o estresse nos ataca, desesperadamente tiramos férias, porém, pensando no trabalho e, gastamos uma conta enorme no celular, querendo saber de tudo que está acontecendo na nossa ausência. Não desligamos. Embora, a gente saiba, mas, faz de conta que não sabe, o nosso corpo que é um esqueleto cheio de carne, de vez quando grita por socorro e, as artimanhas que fizemos para enganá-lo já não surtem mais efeitos e, aí ficamos doentes. E, a fatalidade aproveita a ocasião e, cutuca a nossa mente e quer respostas das perguntas anteriormente feitas, principalmente aquela que diz: “valeu a pena tanta correria”? E, por falar nisso, tive um amigo há muitos anos, que em suas últimas horas de vida em cima de um leito de hospital, disse de uma maneira lacônica, o seguinte: “se eu pudesse voltar atrás na minha vida, jamais faria novamente tudo o que fiz”. E, explicando, o referido amigo tinha sido durante sua vida laborativa um bancário que dedicou toda a sua existência ao trabalho, inclusive comia com o prato na mão e a calculadora em cima da mesa. E, aí está à resposta a pergunta se valeu a pena tanta correria. É claro que não estamos fazendo apologia à boa vida sem trabalho ou sacrifícios, pelo contrário, o importante é sabermos dosar a existência, partilhando o lazer e a responsabilidade de viver. Obviamente, é certo que não é de nosso perfil dar valor a gratuidade do que acontece ao nosso redor e, só acordamos, infelizmente, quando já desperdiçamos uma parte significativa de nossas vidas. Portanto, caros irmãos, sobre o título: Outro ano, como será? Será rotina ou novidade, depende de nós. Feliz Ano Novo, saúde, paz, harmonia, amizade, trabalho e muito amor com Deus. São os votos.