Oi, olha nós aqui de volta

A vida nos prega algumas peças e, em vista disso, fui ao início deste mês, acometido de um mal súbito e, por conta deste incomodo tive que ficar hospitalizado por duas semanas e, depois com recomendação de repouso. Quero sinceramente de coração mesmo, agradecer a todas as manifestações de melhoras, além, é claro, principalmente pelas orações. Que Deus os ilumine a todos e, graças a Ele estamos aqui de volta outra vez. Por outro lado, a minha ansiedade em me comunicar com vocês, me deixou um tanto quanto preocupado, pois senti na pele o quanto me é importante o convívio com todos vocês. Na verdade, é como afirma o filósofo: “é preciso tirar das coisas ruins da vida algum proveito interior, se não, por certo não valeu nada a experiência.” Com o foco nesta afirmação, obviamente, aproveitei estes intermináveis momentos de ociosidade e apreensão para fazer uma retrospectiva da vida. Aliás, tempo é o que não me faltava e, naturalmente são nestes momentos, mesmo que a gente não queira, passa o filme de nossa existência e, muitas das partes ali registradas não gostamos e, nem aprovamos, porém, foram realizadas e, às vezes, em detrimento a alguém. Assim é que debruçado em cima dessa inércia forçada, comecei a viajar no tempo e, como se fosse mágica o filme mental me colocou bem lá atrás, no período entre sete e onze anos. Sonhando acordado passava a minha frente os primeiros amigos, dos quais muitos já se foram, porém, ainda fazem parte de minha vida. As brincadeiras inocentes, de soltar pipa, nadar na represa próxima da cidade, viver o grupo escolar, de tantas lembranças. A maioria boa e, algumas más, a gente levava a vida bem simples, porém, extremamente deliciosa. Já existia malícia naquele tempo, porém, tal comportamento estava quilômetros e quilômetros de distância de nós. E, por incrível que possa parecer a maldade também não era nossa amiga, pelo contrário, reinava a paz e a amizade pura e verdadeira. Como o filme não pára, chegamos a outro período, deveras importante e, que se referia as idades de doze a dezessete anos, com uma configuração diferente e outros horizontes. Todavia, não menos importante daqueles já somados na passagem do período anterior. Era a vez da adolescência, cuja quinada de rumos, sugeria posturas diferentes em busca de novidades e novas perspectivas, pois a gente já era mocinho e, as coisas novas próprias desta faixa etária eram surpreendentes. E, a partir daí, naturalmente a barra da saia da mamãe já começava a ficar curta, distante de nosso alcance. O mundo se descortinava a nossa frente e, começava a se apresentar desafiador, porém, disponível para as nossas conquistas. Haja vista, que surgiam à figura exuberante do outro sexo, ou seja, as namoradas, os flertes, os relacionamentos distintos e, por que não dizer, cheios de inseguranças e cuidados. Outra preocupação dominante era, com certeza, o futuro, a preparação para entrar nas faculdades e, afinal de contas, os assombros giravam na incerteza do que realmente se queria ser! Neste panorama real, no entanto, desconhecido, nos dava a certeza de que a luta seria titânica e, que vencer ou não vencer, dependeria única e exclusivamente de nós. E, nos meus devaneios no intuito de continuar a passar o filme, fui desconcentrado pela entrada cronometricamente exata da enfermeira dizendo: “seu Arquimedes hora dos remedinhos”. Daí, forçosamente vamos ter que deixar os próximos capítulos para uma outra oportunidade, porém, aproveitando apenas esta experiência deste período. De todo modo, o que nos fica de bom tamanho nestas circunstâncias é que mesmo nos momentos difíceis é possível fazer-se uma vantagem grandiosa do tempo em benefício da gente mesmo. Há também a possibilidade e, às vezes, realça mais intensamente quando aproveitamos os momentos de enclausulamento para se fazer uma reflexão. Cujo aproveitamento será, sem dúvida alguma, muito maior. Enfim, agradeço mais uma vez de coração os votos de pronto restabelecimento recebidos em conjunto com as orações, Deus lhes pague. Beijos a todos.