Interessante saber que quando se é do ramo cresce a responsabilidade, aliás, creio ser bem natural esta definição. Uma vez que quando se domina ou se tem o revestimento de qualificação de alguma função ou profissão, a obrigação, certamente, fica maior. Um padre, por exemplo, a princípio crê-se ter ele uma condição bem mais favorável para se ir ao céu, ao contrário, de nós simples mortais. Embora, já tenha ouvido que no inferno já existem alguns padres. Então, diante disso, imaginemos nós pobres pecadores de que cuidados teremos que ter para não cair em tentação e, não fazer parte da turma do maligno. Sinceramente, nem se dá para imaginar. Por outro lado, um médico, com certeza, também teria que ser um modelo de saúde ou, na pior das hipóteses que os seus atos, pelo menos, não comprometessem a sua representação. Por exemplo, um endocrinologista, não poderia ser uma figura obesa, pois, caso o fosse, jamais, transmitiria aos seus pacientes confiança alguma, haja vista, que se não consegue para si um enquadramento físico modelar, como poderia enquadrar os demais sob seus cuidados! E, o profissional do direito, mais propriamente o advogado, cuja nobre missão é defender a justiça e o direito ofendido do cidadão. Principalmente daqueles que sempre estão à mercê do exemplo de que a lei deve realmente ser cumprida, doa a quem doer. Infelizmente, a maioria destes dogmas só serve unicamente de ilustração nas prateleiras das bibliotecas jurídicas públicas e particulares, pois, convenientemente os marginalizados vão continuar mal representados ou não representados. Embora, o juramento de defender os direitos humanos e a justiça social, em muitos casos, foi escutado por ouvidos mocos. Não teve a ressonância que deveria ter tido por isso, quando assim agem, estes profissionais ficam devendo a essência da profissão que é ser a taboa de salvação para os fracos e oprimidos. Aliás, é bom lembrar, segundo comentários populares, o inferno também deve estar cheio de advogados. E, de repente, me lembrei num pensamento mais amplo do pessoal dos serviços gerais (pedreiro, pintor, encanador, servente, eletricista, etc.). Embora, muitos deles sejam responsáveis e qualificados, existem milhares de outros profissionais que não o são e, é aí que a coisa pega. Pois, inadvertidamente, a maioria de nós ao contratarmos tais profissionais normalmente não faz exigências alguma, principalmente sobre sua capacitação técnica profissional. No entanto, estas figuras não muito queridas, durante o decorrer das obras e, principalmente após o término delas, não sabem se por querer ou por ignorância, desafiam e provocam o máximo possível o limite de tolerância e paciência dos contratantes. Infelizmente, ficamos ao arbítrio desses profissionais, pois não sabemos realizar suas atividades, considerando que a obrigação maior a eles pertencem, portanto, a nós só nos resta cumprir a nossa parte, ou seja, pagar o combinado e ficar de bico calado. Não obstante tudo isso, fiquei sabendo, por comentários diversos, que no inferno também deve estar cheio de pedreiros, pintores, encanadores, serventes, eletricistas e, demais auxiliares do ramo, tipo “meia boca”. Como certa obsessão e, sentindo um desejo notadamente utópico, seria uma felicidade imensa que a obrigação maior de todos nós indistintamente fosse uma vivência ética, respeitosa, honesta e, acima de tudo igualitária, onde as oportunidades fossem iguais para todos, sem trapaças e nem politicagem mesquinha. Afinal não é proibido sonhar.