Infelizmente, a frase acima “o outro que se dane”, faz parte de nosso dia a dia e, cada vez mais vai se alastrando este conceito do individualismo gracioso, ganancioso e malvado. Quem de nós já não ajudou alguma pessoa de uma forma ou de outra e, de repente sem mais e nem menos, você precisa dela e, sem o menor escrúpulo de irmandade ou mesmo de reconhecimento de dívidas passadas, apenas lhe lança um olhar de desprezo e, diz sem pestanejar: “se vire cara, cada um para si e Deus para todos e, se possível, um pouquinho mais para mim”. Acredito que todos nós já nos vimos envolvidos numa dessa. É por causa disto que os estudiosos em comportamento humano lançaram o conceito de que a mente humana tem reações indescritíveis, não há como controlá-la, o que por sinal, não deixa de ser um fato lamentável. Por outro lado, podemos também acrescentar que o mais chateia todos nós é o atendimento em geral, que, aliás, é bastante desprezível. Tanto é verdade, que, principalmente, naqueles atendimentos de massa, ou seja, hospitais, instituições públicas ou privadas, onde os atendentes não estão nem aí com o outro lado da ponta. Ou seja, mesmo daquele que está precisando de um atendimento mais ágil para poder resolver suas pendências imediatas. E, por falar nisso, me veio a mente uma história verídica contada a mim por um amigo de uma passagem dele e, que ocorreu mais ou menos assim: “por motivos outros, estava ele precisando de uma cópia de seu batistério, ou seja, aquele documento expedido pela igreja quando você é batizado, confirmando o ato para futuras necessidades. Este meu amigo é um senhor idoso, portanto, já tinha o seu batistério um bocado de anos e, em vista disso ele não sabia onde estava o referido documento. E, por falar nisso, uma pausa, para dizer àqueles que neste momento que estão lendo este artigo que a maioria, não sabe onde está o seu batistério, caso tenha sido batizado. Continuando esse meu amigo, sabendo que tinha nascido numa pequena cidade da região, resolveu e foi até lá procurar saber se tinha jeito de arrumar uma cópia do dito cujo documento. Já na cidade em questão, dirigiu-se a igreja Matriz local e, foi diretamente a secretaria daquela paróquia, onde foi atendido por uma secretária, que por sinal era também do narizinho empinado, que logo perguntou ao meu amigo, o que senhor deseja, ele como era bastante educado disse a ela, primeiramente bom dia, eu preciso e falou sobre o assunto. A secretária, logo foi dizendo, sabe o senhor escreve neste papel todos os dados necessários a pesquisa que preciso fazer e, daqui mais ou menos uns quinze ou vinte eu ligo para senhor falando do resultado, se deu certo ou não. O meu amigo, sem palavras, pegou o papel preencheu conforme orientado, se despediu e, foi saindo, quando na porta da entrada da secretaria ia entrando um senhor de certa idade, todo arrumadinho que o cumprimentou. E, meu amigo correspondeu a gentileza e, num lance de pura curiosidade ele perguntou ao senhor se ele era o padre do local. O gentil senhor respondeu que sim e, em seguida lhe perguntou, o senhor está precisando de alguma coisa daqui da paróquia. O meu amigo aproveitou e contou tudo ao padre, dizendo a ele que era de outra cidade, mas a menina da secretaria já havia anotado tudo para, posteriormente, se comunicar. Em seguida o padre, pediu ao meu amigo para retornar com ele a secretaria, a fim ver o que realmente precisava-se fazer para atender o visitante de outra paróquia. O padre pediu á secretária o livro correspondente dos registros de batismos da época demandada. E, enquanto o padre folheava calmamente as páginas do gigantesco livro, meu amigo olhava de rabo de olhos para a secretária que naquele momento parecia o dragão da música do Djavan, pois, soltar fogo pelas narinas, de raiva ao ver o que estava acontecendo. De repente o padre dá um grito de alegria, havia encontrado a anotações do batismo de meu amigo. Em seguida, o padre pediu para a secretária, fazer a cópia solicitada e, o meu amigo voltou para casa com o documento no bolso, graças ao padre que naquele momento virou o anjo de meu amigo, ajudando-o naquela empreitada”. Diante deste fato verídico, é certo que fica um questionamento no ar, por que a secretária não fez aquilo de imediato? A resposta é muito simples, é porque para a maioria absoluta, infelizmente, o lema sempre será: “O outro que se dane”