Quem está vivo está sujeito a ver coisas e, que a maioria das pessoas quando isto ocorre, usam a expressão dos antigos, a qual soa mais ou menos assim: ”vez ou outra, acontecem coisas do arco da velha”. Isto quer dizer que, às vezes, imaginamos algo que nunca vai acontecer, entretanto, podemos crer que em algum lugar desde mundão de Deus, lá em algum cantinho, está acontecendo alguma coisa impossível. Imaginem que até as coisas verdadeiramente impossíveis tem seu lugarzinho reservado para acontecer, neste planeta incrível. Tanto é verdade que volta e meia estamos ouvindo ou, mesmo falando, uma expressão comumente usada nestas ocasiões, ou seja, “Meu Deus, isto é impossível que tenha acontecido.” Por outro lado, é bem do conhecimento geral que os acontecimentos se fazem acontecer sem prévio aviso, chega e pronto e, sempre a revelia de nossas intenções. Em vista disso, é necessário estarmos sempre alerta, pois, é muito melhor estarmos atentos, do que sermos pegos de surpresa, onde, com certeza, o estrago será muito maior. Sobre o sempre alerta citado, é muito comum observarmos que certos acontecimentos se precipitam devido a guarda abaixada que nos postamos, pois, existem milhares de imprevistos que ocorrem em virtude de atitudes displicentes com que nos portamos. Portanto, é bem notório que a palavra prevenção está situada numa escala de valores abaixo da média, em conseqüência do desmazelo que tratamos a nossa própria existência. E, quando ocorre algo grave, só nos resta às lamentações inúteis, pois, o mal já está presente e, dificilmente nos abandonará. Só para refletir cada um de nós poderia mentalmente responder a seguinte questão: “você vai ao médico só quando está doente, ou tem o costume saudável de ir para fazer uma avaliação, isto é, ver se está tudo bem?”. Para melhor compreensão destes episódios, podemos citar uma passagem bíblica do Evangelho de Mateus, onde conta o seguinte: “O reino dos céus pode ser comparado a dez moças que levando suas lamparinas, saíram para formarem o séquito do noivo. Cinco delas eram descuidadas e cinco eram previdentes. As descuidadas pegaram suas lamparinas, mas não levaram óleo consigo. As previdentes levaram jarros com óleo junto com as lamparinas. Como o noivo demorasse, todas acabaram cochilando e dormindo. No meio da noite, ouviu-se um alvoroço. O noivo está chegando. Ide acolhê-lo! Então, todas se levantaram e prepararam as lamparinas. As descuidadas disseram as previdentes: Dai-nos um pouco de óleo, porque as nossas lamparinas estão se apagando. A previdentes responderam: De modo algum, pois o óleo poderá ser insuficiente para nós e para vós. É melhor irdes comprar dos vendedores. Enquanto elas foram comprar o óleo, o noivo chegou, e as que estavam preparadas entraram com ele para a festa do casamento. E, a porta se fechou. Por fim, chegaram as outras e disseram, Senhor, abre-nos a porta. Ele respondeu: Em verdade vos digo, nãos as conheço. Portanto, vigiai, pois, não sabem o dia nem a hora”. Deste lindo ensinamento, podemos aproveitar a lição de que de repente nos vemos em enrascadas e, se formos analisar o motivo, constataremos que houve negligência de nossa parte, infelizmente. Aliás, na maioria das vezes não admitimos a nossa culpa e, numa hipocrisia velada, transferimo-la para as “costas largas”, chamada fatalidade. E, como, normalmente, acontece, estaremos sempre procurando algum bode expiatório para carregar nossas fraquezas, pois, a ladainha não muda, ou seja, a gente nunca tem culpa. E, como infelizmente, neste nosso querido Brasil, em todos os seguimentos a ladainha é a mesma, ou seja, a responsabilidade é volátil, ou seja, fica sempre no ar, sem dono e, com isso a gente pode aproveitar o jargão português que a propósito comanda as ações tupiniquins, ou seja: “E, tudo continua como dantes no quartel do Abrantes.” Tchau.