Estava passeando o meu pensamento para poder escrever alguma coisa interessante, para os meus estimados leitores e, me veio à mente este título horripilante. Há muitos anos, no tempo em que o cinema era o entretenimento preferido de quase todos, haja vista que a televisão ainda existia somente nas mentes dos gênios de então. Os filmes de faroeste americano ganhavam proporções de ante-sala dos “Oscars”, da Academia Americana de Cinema, pois, eram realmente as películas que enchiam as salas de cinemas deste mundo afora. E, então num lampejo meu de pura felicidade me lembrei de um filme chamado Ninho de Cobras, cuja estrela máxima era Kirk Douglas. Não vou contar o filme, primeiro porque já não me lembro mais, pois, já faz algumas primaveras que assisti o dito cujo. Porém, o assunto central girava em torno de uma soma considerável de dólares americanos, os quais foram roubados de um banco do Texas e, os bandidos jogaram as sacolas dentro de um buraco no deserto, cheio de cascavéis famintas. Assim é que o dinheiro ficaria protegido, pois, na verdade quem ousaria mexer naquelas sacolas, agora berço de serpentes venenosas, quer crer que ninguém. Conscientemente, naquelas condições, o dinheiro somente estaria à disposição dos ladrões que conheciam o segredo do ninho de cobras. Tudo isso que foi relatado, pode até parecer um conto sem sentido. No entanto, isto me veio à mente quando fiquei sabendo através dos noticiários nacionais o ataque que vândalos fizerem na madrugada de 25/12/2013. Precisamente no dia de Natal, sobre a estátua do poeta Carlos Drumond de Andrade, pichando-a todinha de branco. Até aí não há muito que se escandalizar, pois, é fato comum acontecer este tipo de vandalismo, considerando que a referida estátua já foi pichada nada mais, nada menos, do que vinte e duas vezes, depois de afixada naquele local na cidade do Rio de Janeiro. No entanto, é como diz o ditado popular: “Deus escreve certo, por linhas tortas”. Pois, um cidadão do povo chamado Herbert Parente, aborrecido e totalmente indignado com o fato, providenciou sozinho e com materiais comprados a suas expensas, a limpeza da estátua. Demorou aproximadamente uma hora o serviço e, para os que viram ficou um trabalho de excelente qualidade. E, o mais importante de tudo foi que o nobre cidadão não cobrou nenhum tostão do poder público e, nem ficou se exibindo nos noticiários locais, continuou sendo uma incógnita pessoa comum. E, para espanto geral, antes de saberem da solução do problema, a Secretaria da Prefeitura do setor correspondente, soltou uma circular informando que para limpeza da estátua do famoso poeta, estavam preparando um orçamento expedido por uma empresa especializada neste ramo, cujo valor seria de aproximadamente R$-25.000,00 no prazo de aproximadamente 20 dias. Gente é coisa de cinema ou não é? Parece-nos uma ficção, pois, o fato é real e registrado na imprensa, só não sabemos se o orçamento foi cancelado ou não. Certamente, é aí que reside o ninho de cobras, pois o manuseio do dinheiro público só eles que sabem onde e como é feito. E, nós pobres mortais, continuamos ter necessidade de usar sempre se, por ventura, for picado por uma cascavel, do antídoto, assim mesmo corremos o risco de seqüelas horríveis ou, na pior das hipóteses virem a óbito. Numa alusão bastante teatral, a comparação de ninho de cobras, significa que só “eles” possuem os antídotos e, conseguem sair ilesos de qualquer tipo de acusação. E, para grandeza desse torrão varonil, podemos nos orgulhar de termos o maior buraco de acomodação dos respectivos répteis, chamado Mensalão. As prisões foram decretadas e, parte delas executadas, porém, em doses excessivamente homeopáticas. Portanto, essas situações espúrias de corrupção podemos apelidadas de ninho de cobras, uma vez que o mais importante são as sacolas de dinheiro que jamais retornam á nação, pois só “eles” sabem lidar com as cobras que vigiam o erário público. E, para finalizar o exemplo maior que nos fica é o Mensalão, onde de tudo aconteceu, menos a devolução do dinheiro que envolveu toda essa balbúrdia tupiniquim, pois, o fato é que os “caras” continuam muito ricos e são ainda autoridades nacionais. É como diz o mineirinho: “us homis é cobra, uai”.