Natal

Com muito prazer e satisfação, recebi esta semana uma ligação telefônica de uma pessoa amiga, que fazia algum tempo que não a via. E, no meio do bate papo falamos de diversos assuntos, porém, ela sendo também uma leitora de meus textos semanais, me pediu, ou melhor, me falou que tinha uma grande dúvida, das muitas que já tinha. Contudo, não sabia explicar porque durante o mês dezembro de todos os anos, sem exceção, pairava no ar um clima de paz, amizade e, principalmente de solidariedade. E, quando passávamos para o ano seguinte, tal clima ia se arrefecendo e, as pessoas voltavam a ser indiferentes umas com as outras. Ela queria que tudo continuasse com aquele ambiente agradável, mas, inevitavelmente a gente sempre voltava a ser seres humanos comuns, deixávamos de ser especiais. Assim, em vista disso, me pediu que escrevesse algo a respeito, misturando o espírito natalino com a convivência normal do dia a dia. Comecei então a refletir sobre o assunto e, me veio mil coisas a cabeça e, uma delas poderia ser a motivação de grande parte dessas dúvidas atrozes. Desta forma, tirando conclusões, foquei no mês de dezembro, por ter sido ele escolhido para ser o mês do natalício de Jesus. Sendo que, isto por si só o qualificava e bastaria para destacá-lo como um mês especialíssimo. Oportunamente e, em decorrência natural dos fatos, devido ao clima favorável, a nossa euforia começa a se transformar, nos tornando mais solidários com os demais. Sentimos, automaticamente, algo diferente e, é nesta ocasião que percebemos pairar no ar a magia de um dos sentimentos mais significativo do mundo, ou seja, o amor. É um período totalmente deslumbrante, há uma mudança grande em nós e, passamos a ser bonzinhos, atitudes essas que, subjetivamente, acreditamos que possam nos redimir de faltas graves cometidas, que seja. Conseqüentemente, nesta época, a maioria de nós, deixa de ser mesquinho e egoísta. E, mesmo que esta mudança seja somente pela embriaguez do clima, vale pelo momento, pois, pode ser que neste lapso de tempo alguém possa ser beneficiado e, é isso que importa. No entanto, o espírito da solidariedade deve reinar permanentemente, a fim de tentar amenizar este mundo conturbado em que vivemos permanentemente em disputas incompreensíveis, parece que vivemos sempre surtados. É, como se o mundo fosse acabar agora, atropelamos tudo e todos. Independente de outros pontos de vista é certo que para se viver não se precisa de muito, porém, se não fosse à ganância, as coisas seriam diferentes. Em assim agindo, deixamos sempre de lado a coisa mais importante da vida que é, sem sombra de dúvidas, o estar bem no pedaço, com Deus, conosco mesmo e, com os demais que nos cercam. Na verdade, tendo isso, a gente não precisa de mais nada, mas… Quanto ao espírito solidário existente por ocasião do Natal, poder-se-ia achar diferente e, realmente o é, pois, comemoramos o nascimento de Jesus. Infelizmente, muitos poucos se atinam com isso. Sendo que o mais importante ficou dispensado às festas, aos encontros com familiares distantes, as roupas novas, aos presentes. Houve, portanto, um desvirtuamento total do objetivo da data, isto é, o aniversariante não foi chamado e nem ovacionado, a festa ficou só para nós mesmos. Pode ser, aliás, não pode ser, neste caso, pode-se afirmar que é certo que os desvios de finalidades das festas de fim de ano, principalmente, do Natal, com o passar dos tempos, os objetivos foram-se transformando até chegar a perder o sentido de festa cristã para festa pagã. Portanto, as reclamações e as percepções de que após as celebrações voltamos a ser os mesmos, ou seja, sem brilhos e distantes. Deva ser porque nas festividades do Natal, na maioria dos casos, não convidamos o aniversariante, ficamos, portanto, sem Jesus. Mesmo assim, como ainda não aconteceu, pois, vai ser amanhã o aniversário de Jesus, desejamos a todos indistintamente, um Feliz Natal. E, que o Menino Deus, dono de uma infinita bondade, abençoe os nossos lares e, nos guie pelos caminhos da vida, da alegria e, principalmente para a glória de uma solidariedade entre todos os irmãos. Amém.