Não Somos Iguais

Na verdade, o mundo é habitado por um mundaréu de estranhos, uns maus outros bons, uns irascíveis e outros não, uns religiosos e outros ateus, uns sensíveis e outros insensíveis, uns simpáticos e outros antipáticos, uns trabalhadores e outros preguiçosos, uns honestos e outros desonestos, uns traidores e outros fiéis, uns recatados e outros levianos, uns generosos e outros gananciosos, uns felizes e outros infelizes, uns humildes e outros insolentes e, uns populares e outros reservados. E, assim vai este desfile de caráteres diversos, dos quais, somos cada um de nós dentro de nossas, respectivas, formações e comportamentos.  Em cima desta variante grande de posturas, podemos quase afirmar que em matéria de convivência é possível perceber que realmente não dá para dizer que nos conhecemos uns aos outros. Isto por que, a cada momento, vamos tendo decepções com nossos semelhantes e, vice-versa, pois, também nós somos useiros e vezeiros em praticar decepções aos outros. No entanto, devemos lembrar que Deus em sua infinita sabedoria nos fez totalmente diferentes, já pensaram se Ele nos tivesse feitos iguais, que chatice seria o mundo sem esse mundaréu de estranhos! Portanto, queridos leitores, são essas diferenças que nos fazem competitivos, pois, a cada conquista que obtemos é a apoteose maior para comparar o crescimento de nossa capacidade de coabitação junto aos nossos irmãos desiguais. Portanto, se somos feios ou bonitos, sadios ou doentes, não importa, uma vez que é nessa diferença que vamos batalhar e sobreviver a todos os tropeços que, porventura, venham acontecer. E, dentro desta perspectiva é óbvio saber que podemos assimilar qualquer comportamento, basta que queiramos mudar. Sendo que a disposição do antagonismo entre o bem e o mal, mediar uma posição, desde que haja internamente, disposição suficiente para mudanças. E, é aí que reside o ponto nefrálgico da questão, pois a uns a preferência é o ponto “a” e a outros o ponto “b”. Em assim sendo, uns são mais acessíveis as mudanças e, outros são mais resistentes, tornando-nos, portanto, desiguais. Por conta disso, na maioria das vezes, queremos que o outro seja exatamente igual a nós, desrespeitando assim, a individualidade própria de cada um. Por sinal a vida toda buscamos uma companheira ou, um companheiro para dividir tudo, principalmente, os sentimentos e, quando encontramos não nos contentamos e, por pura leviandade os descartamos. Pois, pela nossa viva ignorância, estamos sempre vendo no outro a perfeição, que por sinal, ninguém tem. Porquanto, querer que alguém seja igual a você é ilusão, aliás, este é em verdade, um ponto de vista um tanto quanto estranho e, por que não dizer que é bem estrábico mesmo. No mais faz parte da existência humana saber que ninguém é perfeito e, dentro desta filosofia universal, temos a constatação deliciosa de sentir que é isso que faz a vida ser uma eterna surpresa.

Arquimedes Neves – Nei

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