Namorados

O comércio fica todo alvoroçado na expectativa da data comemorativa dos namorados lhe renda alguns trocados. Todavia, ultimamente os comerciantes têm ficado mais na expectativa do que na realidade de um bom faturamento. Isto porque há uma escassez muito grande desses pares, uma vez que a moda agora é “ficar” e não namorar, o que, convenhamos, é menos compromissado e mais prazeroso, diga-se de passagem. Atualmente, devemos considerar também que as “mesadas” dos jovens estão mais para “criado-mudo”, portanto, as possíveis trocas de mimos estão rareando cada vez mais. Deixando de lado a parte comercial e, sem querer ser mais uma vez nostálgico, nestas ocasiões somos novamente sobressaltados pelas lembranças do passado, quando Dia os Namorados era realmente lembrado e comemorado.  Coitadinho do namorado que não se lembrasse ou deixasse passar despercebida a data. Inevitavelmente era um candidato em potencial a ter que procurar outra namorada, não havia desculpas que pudesse convencer ao contrário a suposta “Julieta” esquecida. Considerando, que tempos atrás as opções de lazer e diversão eram poucas, imperava nestas circunstâncias a criatividade do casal, valia um jantarzinho, um piquenique ou mesmo uma seção de cinema para comemorar a data. Os namorados eram românticos e pairava sempre no ar aquele clima de satisfação e respeito, não havia maldade e nem desconfiança. Quando digo isso, não quer dizer que não havia maus intencionados naquela época, é que o número deles era tão insignificante que no contexto global eram bem distintos. Isto porque a atitude da maioria dos namorados era sedimentada por posturas adultas, ou seja, tinham algo muito importante que era a responsabilidade entre si, com os pais e perante a sociedade. Hoje pelo contrário, a data não tem muito sentido, a não ser comercialmente, fora isso, namorar está fora de moda. Mesmo porque nos dias atuais a moda é “ficar” e não namorar e, os que ficam não se dão presentes, aliás, em muitos dos encontros eles nem se conhecem, não sabem nem os nomes. E, naturalmente para estranhos não se dá presentes. Nota-se claramente que o próprio comércio já não mais dispensa atenção especial na elaboração de propagandas alusivas à data. Acreditamos que de todas as datas comemorativas aproveitadas para picos de vendas, o Dia dos Namorados, deve estar no último lugar da relação. Dia dos Namorados está mais ou menos como o Dia da Mentira, somente alguns gatos pingados se lembram deles, seus dias estão contados, para mim tudo bem e, acredito que para muitos também. Convenhamos que deva estar havendo de minha parte certa dose de exagero nas colocações, pois deve existir ainda neste universo celestial, namorados que nutrem a mais doce harmonia do amor e da fidelidade. Embora, o número deles deva ser de poucos dígitos, como os últimos dos moicanos resistem às facilidades do mundo e, tentam solidificar o mais importante dos sentimentos que é o amor puro e verdadeiro. Aplausos e referências mil para eles, que com certeza construirão lares dignos de representar uma sociedade. Independente de tudo isso, parabéns pela data a todos os namorados, inclusive os casados, representantes fiéis dos eternos namorados. Beijos.