Mentira

Bem antigamente, o povão comemorava com bastante intensidade, no dia 1º de abril, o dia nacional da mentira. Todavia, nos dias de hoje, felizmente, arrefeceram-se, os ânimos para tal idiotice, embora, exista ainda alguns outros que insistem em reavivar este sentimento negativo. Aliás, creio eu, que a mentira ficou tão difundida entre nós, que não se está mais precisando de um dia específico para comemorá-la. Interessante que a mentira campeia por todos os cantos, não se importa onde esteja, lá está ela de plantão esperando alguém precisar e pronto. A educação doméstica é de uma importância vital na formação das pessoas, embora, existem muitas famílias que teimam em passar esse atributo para as escolas, por questões óbvias de comodidade, pois, alegam ser das escolas a obrigação de disciplinar por completo os alunos, inclusive, ensinar-lhes a educação. Deixando de lado estes pontos de vistas opostos, vamos através de uma situação que acontece, comumente, nos lares em geral mostrando, claramente, que a mentira é um dos itens importantes na deformação educacional de uma pessoa. Vejam, esse pequeno conto, em que um pai ensinava, instintivamente, um filho a contar mentiras, como segue: “Um pai ensinava ao filho com toda seriedade possível que a mentira trazia grandes malefícios e ao contar uma mentira, para se encobrir esta, precisava-se de contar outras e assim por diante, não tinha fim. Então o pai dizia ao filho que é muito importante não mentir, devia-se assumir as responsabilidades, fossem quais fossem e, o filho compenetrado, ouvia tudo com muita atenção e respeito. De repente, o telefone toca, o filho vai atender e, o pai diz assim: filho, se for para mim, diga que não estou. O filho, fica muito confuso, ele está me ensinando a não mentir, como ele está pedindo para eu mentir agora! ” Olha só que enrascada, mas, convenhamos que foi, instintivamente, pois, é costume de nossa parte mentir todos os dias e todas as horas. Outro particular de nosso cotidiano é sobre a tribo dos políticos, pois, é ali que se aninha o maior contingente de mentiras, das mais simples até as mais cabeludas. Tanto é verdade que durante os pleitos eleitorais, aqueles candidatos mais afiados na língua e, que contam bravatas com uma naturalidade impressionante, são de fato aqueles que terão mais chances de serem eleitos e, com uma quantidade de votos impressionantes. E, o pior de tudo é que o povão adora isto. Por conseguinte, é de conhecimento da maioria absoluta e, todos estão cansados de ver e ouvir as enchentes de mentiras derramadas e ditas a todos os momentos. E, a imprensa também, às vezes, é conivente, pois, volta e meia, participa das mentirinhas e, também das mentironas e, por aí vai. Na melhor expressão da verdade, a mentira em suma é uma questão de conveniência, ou seja, serve para salvar a pele ou para se tirar vantagens alheias, somente para isso serve a danada. E, para contracenar a realidade dos fatos, não poderia deixar de ser diferente, pois, foi inventado também, para estas ocasiões, um dito popular que diz: “a mentira tem pernas curtas”. É, daí que sempre que se conta uma mentira, logo em seguida, é necessário contar outra correspondente para poder encobrir a primeira e, com essa dança de mentiras seguidas, logo, sem se aperceber você começa a se torna um mentiroso, muito cuidado…

Arquimedes Neves – Nei

www.neineves.com.br