Não sei por que, no entanto, sempre relutei muito para escrever sobre este assunto. Pode ser que uns dos motivos seja que sempre achei muita hipocrisia quando se trata de cuidar ou dar condições melhores para os idosos. Pois, a mim me parece que toda a tratativa relacionada tem por objetivo maior, condicionar o idoso a uma posição de absoluta dependência. Inclusive a própria cultura de vida coloca uma idade limitativa de atividade e, daí para frente o idoso é de fato idoso, ou seja, imprestável. De qualquer forma, segundo os especialistas a única coisa que fica melhor com o passar do tempo é o vinho, as demais, a maioria, sempre estão sujeitas ao descarte depois que fica velha. E, o ser humano não é diferente, portanto, necessário se faz que os preparativos para a velhice sejam alicerçados na independência elaborada durante toda a existência. Portanto, é condição indispensável para uma vivência saudável e feliz, a postura independente evitando a entrega espontânea como se essa fosse uma condição única, sem mais nenhuma escolha. A vida nos foi dada para ser vivida abundantemente, por isso somos responsáveis por ela até o fim. É nossa missão nos livrar dos preconceitos que nos arremessa ao um poço profundo, onde nos avaliam como incapazes depois de certa idade. Todavia, é fato que isso não é totalmente verdade, haja vista que existem sempre mil e outras coisas que ainda são possíveis fazer. Basta ter consciência das próprias limitações físicas ou psíquicas obedecendo à cartilha da vida, com boa dose de prazer e satisfação. Para tanto, algumas atitudes devem fazer parte da rotina da turma da melhor idade, a começar por: Se não tiver nada para fazer vá caminhar, jogar baralho na praça, participar de reuniões festivas, qualquer coisa é válida para se distrair, menos incomodar os outros. Cuidado com a memória ela pode querer falhar um pouco, é bom que se anote tudo em um caderninho para não esquecer as datas mais marcantes. Considerando, principalmente, que é gostoso demais lembrar e dar um abraço afetivo em alguém querido pela passagem de seu aniversário, ainda mais se foi lembrado por você. Seja simpático. Tome cuidado também com a aparência, não precisa ser esnobe, apenas seja elegante. Nada daquelas bermudas com mil cores e camisetas cavadas, não fica bem e, dá-se a nítida impressão que se está usando roupa aproveitada. Não tenha medo da água, pois, um banho pelo menos uma vez por dia, faz muito bem, dá ânimo, além de se deixar o distinto bem cheirosinho. Não seja rabugento, se acostume, pois isso de dizer que o idoso não gosta de barulho faz parte do pacote de preconceitos encomendados através de várias gerações, com o intuito de que os mesmos fiquem completamente isolados. Sai desta, participe. É importante saber que experiência não se transfere, assim é que é bom e salutar não se intrometer, espere que os outros peçam a sua opinião, o melhor é sempre ouvir mais e falar menos. Feche a matraca. Nunca queira ser mocinho ou mocinha, vestindo ou agindo como tal, portanto, não seja ridículo. Seja você mesmo, assim será amado por todos e, inclusive por si mesmo. No entanto, para que isso possa acontecer mais facilmente, os novos precisam facilitar o trajeto, com carinho e amor.