Dia destes estava conversando com um amigo e, o papo rolava sobre diversos assuntos, de repente veio à tona as atitudes de quase a maioria de nós com relação a insatisfação com tudo que temos ou, que não temos e, por mais incrível que possa parecer sempre estamos insatisfeitos por alguma coisa. Reclamamos da comida, ignorando que há muitos que não há têm, precisando mendigar. Reclamamos de nossa boa vida, ignorando aqueles que estão postados num leito de hospital. Reclamamos das nossas amizades, ignorando aqueles que vivem na mais completa solidão, abandonados pelas sarjetas, sendo que na melhor das hipóteses, são acomodados nos asilos. Reclamamos do Poder Público, ignorando que a situação não é das melhores, porque fugimos de nossas responsabilidades de cidadão e, que na, maioria das vezes, não fazemos a nossa parte no contexto da comunidade. Reclamamos das escolas de nossos filhos, ignorando que, comodamente, deixamos todo o trabalho parda elas, acomodando nossa inércia na transferência conveniente de responsabilidade, nos furtando de colaborar. Reclamamos da sujeira da cidade, ignorando que, furtivamente, jogamos lixo em qualquer lugar, nos bueiros, principalmente, de dentro dos carros, ajudando a emporcalhar as ruas da cidade. Reclamamos dos hospitais, ignorando que pelas estatísticas existe muita culpa nossa nessa calamitosa situação. Reclamamos da mendicância, ignorando que não visitamos e nem colaboramos com as instituições que com muito esforço e denodo fazem deste trabalho a salvação de muitos abandonados. Reclamamos das filas, ignorando que elas são a elite nacional, somos fissurados em fazer filas. Reclamamos da mamãe e do papai, ignorando que eles são a razão de nossa existência e que todas suas atitudes estão voltadas para nosso bem-estar. Reclamamos do vovô morando em nossa casa, ignorando que um dia vamos s ser velhos também e o futuro é uma incógnita, quem sabe não vamos incomodar alguém, se é que isso seja um incômodo. Reclamamos das traquinagens de nossos filhos, ignorando que é uma benção tê-los assim. De repente, eu e meu amigo, observamos que a lista é muito grande de nossas insatisfações, viramos o disco e, começamos a pensar que temos muito mais para agradecer do que para reclamar. E, dentro deste parâmetro, foi-nos fácil perceber que, na maioria das vezes, é certo que Deus, nos dá muito mais do que, realmente, merecemos. Mediante isso, é fato constatar que somos, demasiadamente, ingratos com a vida que temos e, às vezes, passamos muito tempo cultivando a nossa subjetiva insatisfação e, deixamos de aproveitar as delícias que a vida nos proporciona. Com isso, vamos deixando as chances escaparem pelo vão de nossos dedos e, perdemos a deliciosa emoção de dar um abraço aconchegante no cônjuge, na namorada ou namorado, em nossos pais, nossos avós, irmãos e amigos. Não deixemos para depois, porque a vida não é eterna e, de repente podem ser tarde demais. Então, o que estamos esperando, sorria você é uma pessoa feliz de corpo e alma. Só isso.
Arquimedes Neves – Nei
www.neineves.com.br