Ingratidão civil

Quase que na maioria das rodinhas de papo que se forma, fatalmente, o assunto acaba sendo sobre a condição do país, ou seja, fala-se mal de tudo, principalmente de nossos governantes. Na verdade, o que temos visto de bandalheiras na área política, tem deixado a população um tanto quanto revoltada. Todavia, é bom frisar que nem tudo está tão ruim assim. Acontece que por uma questão de vício de atitude, temos o hábito de considerar sempre um peso maior para as coisas ruins. Embora, é fato também que o ruim infelizmente sempre tem um destaque mais acentuado em qualquer situação. E, por falar nisso, é muito oportuno lembrar-se daquele ditado popular que diz: “uma maçã podre num cesto com outras maçãs sadias, pode, certamente, se conviverem juntas serem todas apodrecidas pela maçã doente”. Considerando esta máxima, a influência maligna realmente nos faz submissos ao negativo, obrigando-nos fatalmente a uma postura totalmente defensiva.  Independente de tudo isso, o que nos deixa um tanto quanto aborrecidos é que o nosso pobre país verde e amarelo tem recebido por parte de nós mesmos os mais baixos adjetivos, a saber: “Este país não vai pra frente nem com reza brava”. “Este realmente não é um país sério.” “Este é um país sem lei, ninguém respeita ninguém.” “Aqui no Brasil, só vai para a cadeia gente pobre e, é por isso, que não vai para frente.” Além desses péssimos conceitos, mais comumente usados, existe uma infinidade de outros mais. Apesar de se conviver habitualmente com isso, ouvindo toda espécie de desprestígios a nação brasileira, ficamos inertes como se concordássemos com tais afirmações. No entanto, por outro lado, temos a nítida impressão que tem algo estranho pairando no ar. Uma vez que temos acontecendo neste exato momento uma Copa do Mundo de Futebol, de proporções gigantescas, sendo realizada aqui no solo brasileiro. País este onde muitos dizem ser de terceiro mundo, porém, os acontecimentos desmentem tais afirmativas. Os estádios, agora denominados arenas, completamente lotados, com pessoas do mundo inteiro que aqui vieram por acreditar no poder de realização desta nação pungente. Será que só nós é que  não conseguimos ver a nossa força?    Será que não estamos sendo exigentes demais, cobrando coisas, inclusive, até daquelas das quais não necessitamos, somente para perturbar o ambiente, criando fantasmas para favorecer os aproveitadores de plantão. E, por falar nisso, não se pode esquecer que depois da Copa, vamos começar a movimentação para a grande festa das eleições, com duração de três longos meses. Momento este em que homens e mulheres do Brasil inteiro, num frenesi incontrolável disputarão o famigerado voto popular. Com o intuito de permanecer no poder e, continuar enganando o povo novamente, aliás, como sempre acontece. É exatamente nestas oportunidades que deveríamos virar o jogo, isto é, dar o troco, votando nos candidatos certos. E, em assim procedendo, certamente, deixaremos de falar mal da nação, pois, é totalmente inadmissível agir como diz um velho ditado popular, a saber: “Demonstra-se ter uma ingratidão sem precedentes àquele que voluntariamente cospe no prato que come ou comeu.” Viva o Brasil, nós te amamos muito. Obrigado.