Indefinição cultural

A princípio, já faz décadas que estamos lutando com “unhas e dentes”, sobre a educação, principalmente, no Brasil, aliás, é o assunto que nos interessa no momento. Uma vez que já está devidamente comprovado que o nosso problema maior é essencialmente cultural. Partindo dessa premissa se não for concentrado todos os esforços para convergirem nesta direção, tudo o que for feito, com certeza, acabará não tendo resultados satisfatórios. Tanto é verdade, que qualquer aplicação que se faça no Trânsito, na Saúde, no Lazer e, demais modalidades, não dará certo, pois falta o fator principal que é a educação. Nota-se claramente que verbas enormes são aplicadas no corretivo e quase nada no preventivo, sendo que o inverso fica muito mais barato e, com resultados mais positivos. Agora o que nos deixa bastante constrangidos e, um pouco sem esperanças, é que cada dia que passa vemos com muita desilusão que as metas governamentais estão muito distantes deste caminho. E, para piorar ainda mais a nossa angústia, recebi um e-mail enumerando dezenas de “pedras preciosas” encontradas no ENEM de 2.007, das quais selecionei apenas algumas mais ”cabeludas e absurdas”, como seguem:

– “O Brasil não teve mulheres presidentes, mas várias primeiras damas foram do sexo feminino”.

– “Não sei se o presidente está melhorando as indiferenças sociais ou promovendo o saneamento dos pobres. Mas, me preocupa o avanço regressivo da violência urbana”.

– “A devassa da Inconfidência Mineira, foi Marília de Dirceu, a amante de Tiradentes”.

– “Onde nasce o sol é a nascente, onde desce é o decente”

–  “Bigamia, era uma espécie de carroça dos gladiadores, puxada por dois cavalos”.

–  “O Nordeste é pouco aguado pelas chuvas das inundações frequentes”

–  “A principal razão da raiz é ser enterrada no chão”

Gente, vamos parar por aqui porque estou e, com certeza todo Brasil está terrivelmente envergonhado com tamanhas insensatezes, para não dizer ignorância. Não se sabe de quem é a culpa e, nunca vamos saber, infelizmente. Isto porque, vamos cair na mesma ladainha de sempre, uns dizem que a culpa é do governo, outros dos pais, outros dos educadores e, outros mais simplistas dirão que a culpa é dos alunos. No entanto, é certo que das pessoas que lerem este artigo muitas terão também opiniões diversas. É natural que assim seja, porém, é cristalina como água que estamos numa terrível encruzilhada, ou tomamos uma decisão e seguimos um caminho ou, tiramos a sorte e seguimos qualquer direção. Diante desse quadro desolador, parece que só nos resta a triste constatação, que estamos realmente diante de uma grande indefinição cultural.

 

Arquimedes Neves – Nei

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