Olha só que título intrigante, aliás, é apenas uma questão de semântica, pois na verdade o resultado no final é o mesmo, pois, os janeiros vão se acumulando e, a reta final vai cada vez mais se aproximando. Todavia, apenas para não ser desagradável, vamos neste texto chamar os veteranos e veteranas de idosos, é uma qualificação auditiva e visual bem mais elegante e agrada muito a quem assim é tratado. Uma vez que já bastam os percalços da vida com que os idosos são tratados, na maioria das vezes, ou seja, são considerados como coisas velhas mesmo, podem e devem ser colocados de lado. Tanto é verdade esta colocação que quando os janeiros vão passando, os idosos, não por que querem, mas, sim por uma imposição da própria natureza, eles voltam os olhos muito mais para trás do que para frente. E, segundo estudos, os sociólogos, explicam que essa atitude é bem natural, uma vez que assim agindo eles vão buscar lembranças deliciosas do passado. Pois, é lá que eles encontram os seus melhores momentos, os piores nem se esforçam tanto para lembrar. Aliás, com efeito, parece-nos ter uma certa coerência esta afirmação, haja vista, que na juventude, somos intrépidos e mais capazes fisicamente de enfrentar os obstáculos. Os quais são possivelmente transponíveis e, quando não os são, temos capacidade suficiente para encontrar outras alternativas. Ao contrário, da velhice, onde essa disposição arrojada, não coaduna com o vigor físico apresentado agora. Uma vez que se forem enfrentar estes desafios, naturalmente vão precisar de ajuda e, que também, circunstancialmente, não estão tão disponíveis como deviam. Daí, uma das situações que provocam os idosos a se disporem a ficar com o olhos mais voltados para o passado do que para o presente. Passado este, que como esse um vídeo-tape, apresenta claramente, onde todos os esforços da vida, eram nitidamente eram recompensados pelas lutas limpas e justas, considerando que nesta época a disposição fazia parelho facilmente com os obstáculos apresentados. Hoje, em pleno século XXI, a velocidade alucinante das mudanças das coisas ou melhor, dos usos e costumes, fazem que haja naturalmente um conflito de gerações. Cujas quais são dificilmente controladas pelos mais contemporâneos, imaginem então essas mesmas dificuldades em relação aos idosos que estão totalmente desarmados, tanto física como psicologicamente. Aliás, os desafios não param por aí, pois é um fato que todos nós nos encontramos neste redemoinho, considerando que tais mudanças têm acontecido com uma rapidez tão brusca, a ponto de descompassar as nossas ações e atitudes com o ritmo das coisas. Todavia, também não há como não reconhecer no campo tecnológico as mudanças havidas, foram e estão sendo fantásticas, no entanto, no campo social, os transtornos são eminentes. Senão vejamos, a utilização indiscriminada da internet. Onde tem trazido, enormes dissabores nos lares para manter a disciplina e a criação da prole. E, certamente, não há como evitar o nosso envolvimento, legando-nos, com isso, um total descontrole e, consequentemente, nossas origens, estão sendo despejadas na lata do lixo. E, como apoteose do drama os nossos idosos vão se distanciando desde mundo tecnológico cada vez mais. Restando para eles, quase no fim da jornada, apenas o esquecimento, ou seja, são considerados como páginas viradas. Infelizmente, a nossa paciência se esgota rapidamente com os idosos e, nos nossos espaços já não existem lugares para eles. Com isso, o tempo voa e, com ele, a esperança, bate asas também. Infelizmente, “no frigir dos ovos”, aquela atitude de olhar para trás, muito mais do que para frente, vai continuar. Alguém, será que pode inverter essa situação?
Arquimedes Neves – Nei
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