Existe um comportamento que podemos chamar de conveniente, ou seja, agir com propósitos já definidos dos retornos que seriam benéficos para si mesmo. Isto posto, é preciso quando se falar de humildade, observar que é bastante comum que, às vezes, fazemos pequenas confusões de interpretação de uma atitude humilde com falsa modéstia ou servilismo. A propósito, quem de nós já não usou desta atitude de se humilhar para o outro crescer, com o intuito apenas de se beneficiar de um resultado futuro que certamente nos trará bons dividendos. Sendo assim, atitudes destes moldes jamais poderão ser comparadas como uma postura humilde é, pois, apenas uma falsa modéstia com segundas intenções, mais precisamente, a fim de levar vantagens. Por outro lado, é interessante também comentar que uma atitude servil, aquela de prontidão, mais ou menos assim: “sim senhor, sim senhora, pode deixar que pego, pode deixar que eu busco, deixa que eu faço, não se preocupe deixa comigo” e, daí vai a servidão, a qual não pode ser confundida com humildade. Aliás, está muito mais para “puxa-saquismo”, desculpem a expressão chula, mas, não tem outro adjetivo que melhor possa definir ou expressar o referido servilismo. Na preocupação de reforçar o entendimento sobre o lado positivo da humildade, acrescentamos um conto que vem a caráter mostrar o lado carismático dela, a saber: “Um samurai violento, com fama de provocar briga sem motivo, chegou às portas do mosteiro zen e pediu para falar com o mestre. Sem titubear o mestre foi ao seu encontro. Dizem que a inteligência é mais poderosa que a força, comentou o samurai. Será que o senhor consegue me explicar o que é céu e inferno? O Mestre ficou calado. Viu, bradou o samurai. Eu conseguiria explicar isso com muita facilidade: para mostrar o que é inferno, basta dar uma surra em alguém. Para mostrar o que é céu, basta deixar uma pessoa fugir, depois de tê-la ameaçado muito. Não discuto com gente estúpida como você, comentou o mestre zen. O sangue do samurai subiu a cabeça. Sua mente ficou turva de ódio. Isto é o inferno disse o mestre sorrindo, deixar-se provocar por bobagens. O guerreiro ficou desconcertado com a coragem do monge, e relaxou. Isto é o céu, concluiu o mestre.” Certamente o que fica caracterizado neste belíssimo conto, é que acima de tudo devemos ser humildes a ponto de perceber que a vida carrega consigo coisas maravilhosas e, que reconhecer antes de tudo que nada sabemos, pois, há sempre alguém que sabe muito mais que a gente. Isto é humildade. A arrogância é uma parede tênue que nos separa dos bons momentos, isto porque ela nos impossibilita, devido ao nosso nariz empinado, de perceber as delícias da vida. Inclusive, se formos viver particularizando a humildade, isto é, valorizando apenas detalhes, isoladamente, com certeza, não absorveremos toda grandeza que irradia da humildade como um todo. E, isto em toda sua plenitude quer nos dizer que não adianta ser humilde para os poderosos e, ser arrogante para com os humildes.