De repente, você acha que conhece determinada pessoa e, por um instante ela pratica um ato contrário aquilo que você esperava e, é o suficiente para você sentir que não a conhecia de fato. Gozado que a gente não aprende e torna a depositar naquela pessoa novamente. Confiança, a qual dura até a próxima frustração. Na verdade, a nossa vida é cercada de desencantos e decepções, isto devido a fragilidade do ser humano em escolher sempre aquilo que o favorece ou lhe traz vantagens. Ignorando. Na maioria das vezes, o sentimento daqueles que são esquecidos. Se formos enumerar todos os atos pertinentes ao assunto creio eu que haverá escassez de papel e tempo para tal. Todavia, apenas para ilustração, convém citar genericamente as situações mais marcantes e, que produzem nos ofendidos logo após as frustrações, calvários dolorosos. Comentando, podemos começar pelas mães, as quais embora tenham que aparentar externamente confiança, dedicação e muito amor aos filhos, quando os têm em decadência, sentem a amargura de a frustração invadir o seu machucado coração. Todavia, nem o peso desse golpe infeliz é capaz de destruir o seu imenso amor pelos seus pequenos, uma vez que, para as mães eles sempre serão pequenos, pois, para elas os filhos nunca crescem. As mães são acima de tudo as maiores colecionadoras de frustrações e, fazem isso com um sorriso da Virgem nos lábios. Quanto aos cônjuges, às vezes depois de grandes caminhadas juntos, muitos deles, vão descobrir lá na frente que viveram displicentemente, foram engolidos pela rotina, o amor há muito tempo os deixou. Restou-lhes como troféu as frustrações das conquistas não alcançadas, apenas colherão lembranças do começo glamoroso e muito distante, que jamais serão retomadas. E, o pior de tudo é quando os dois ao se olharem um para o outro e, reciprocamente se perguntarem: Quem é você? Que frustração! Por oportuno, é bom citar que o poeta Vinicius de Moraes, em seu livro “Soneto da Fidelidade”, reforça a tese que na relação conjugal o importante é a intensidade da relação e não a longevidade. Isto mostra a visão desvirtuada do casamento e da união conjugal, colocando a vida a dois como se fosse possível adquiri-la em qualquer prateleira de um supermercado. No entanto, é claro e evidente que a vida a dois é construída dia a dia, regando cada momento para no fim se desabrochar num verdadeiro amor, evitando-se, com certeza, a vivência infeliz de uma rotina, que pode possibilitar sem dúvida nenhuma na conquista de uma grande decepção. E, os políticos, que nos garante a todo o momento e a todo tempo o “Oscar” da frustração, uma vez que somos eternamente enganados, decepcionados e, acima de tudo ludibriados. Mas, passa ano e vem ano, ouvimos a mesma cantilena, e mesma ladainha e, acabamos rezando na cartilha deles, isto porque não temos opções e, quando as temos não sabemos aproveitar infelizmente. Quanto a política ainda existe uma agravante enorme referente ao hábito de um número considerável de políticos que gostam de se apropriar dos recursos públicos em benefício próprio e, em detrimento das obras sociais e outros mais. Isto, para todos é uma grande decepção, pois macularam a confiança que depositamos neles. Enfim a vida é mesclada de alegrias e frustrações, devemos ser sábios para saber dosá-las e, assim tentar viver em harmonia com todos e, principalmente conosco mesmo.
Arquimedes Neves – Nei
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