Aliás, é difícil demais da conta, isto posto, é certo que a maioria absoluta de nós tem uma aversão enorme de ficar postada diante de um espelho, somente, analisando a própria figura projetada. Não estamos preparados para isso e, ademais, somos blindados por um orgulho excessivo e, outras amarras comportamentais a mais que nos priva de fazer a nossa própria exposição, principalmente, para melhorar nosso estilo de vida e, principalmente, a nossa própria condição pessoal. Interessante saber que, quantos de nós, desperdiçam quase a vida inteira querendo ser o primeiro, se olvidando que para tanto, é preciso conquistar e não impor. E, após esta caminhada inglória, após ao passar do tempo, vamos, amargamente, observar e sentir que ficamos sozinhos, acompanhados somente de nossas rabugices impertinentes. Todavia, revestidos de uma vaidade intensa, sempre tivemos a precaução de passar as pessoas aquilo que não somos, ou seja, a nossa preocupação sempre foi de mostrar aos outros, uma imagem falsa de um possível vencedor. Quando, no entanto, lá cuidadosamente, dentro de nosso íntimo, a realidade seja bem outra, uma vez que o sentimento que está morando conosco seja o da derrota, não temos ninguém para nos aplaudir e, nem ao menos para vaiar. Durante toda a nossa caminhada, fomos iludidos pelo capricho, pelo orgulho e pela soberba, achando que seríamos vencedores caso nos colocássemos no antagonismo, somente para ser diferente e menosprezar as pessoas. Ilusoriamente, crendo que tal postura nos daria destaque e respeito. E, foi aí que erramos grotescamente, uma vez que, durante esta caminhada, com atitudes contrárias aos bons costumes, pisamos literalmente, na bola, pois acabou sendo um desastre total. Isto porque a somatória de coisas ruins produzidas durante toda a vida, só serviram para juntarmos e somarmos as indiferenças e desprezos dos amigos e dos próximos, a ponto de sermos preteridos por todos. Na verdade, no fim é que vamos perceber e sentir que para a gente nos custou muito caro admitir erros, é como se o mundo fosse acabar. E é por isso, que temos imensas dificuldades em admitir falhas, temos verdadeiras ojerizas em olhar no espelho com a intenção de fazer uma autocrítica, nos sentimos mal, só pelo simples fato de ter admitido o cometimento de erros. Interessante que esse perfil de pessoa é totalmente contrário à natureza humana, haja vista, de que a afirmativa “ninguém é perfeito”, qualifica todos nós, sem exceção. Porém, por outro lado, é bom também saber que os erros são os termômetros do caráter das pessoas. Se são pessoas boas, obviamente, praticam erros praticamente contornáveis e, na maioria das vezes perdoáveis, uma vez que os referidos são praticados por descuidos, por ignorância e, muitas das vezes sem querer. Por outro lado, os erros propositais, acontecem por gosto, ou por maldade, às vezes, são irreversíveis. Finalizando, de qualquer modo, o mais importante de toda a nossa caminhada, é estar sempre na companhia de Deus, com o coração puro a disposição das pessoas que lhes são caras e, as que não são, merecem atenção dobrada. O Criador nos deu o livre arbítrio, o usemos com liberdade de ação, porém, com personalidade e caráter dos bons.
Arquimedes Neves – Nei
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