Extremos

Certo dia atrás, numa dessas manhãs frias, das quais, estamos todos desacostumados, me encontrei ali perto do Santander, num daqueles banquinhos de cimento, no momento, frios devido à temperatura. E, nós todos aglutinados em uma disputa solidária por um pequeno espaço onde tivesse alguma fresta que pudesse passar os raios do sol, a fim de nos aquecer. E, estávamos aproximadamente nuns cinco amigos e, de repente sem nenhuma combinação prévia, nos vimos discutindo sobre o desamparo das pessoas pobres e humildes. Sem muita cerimônia e, sem exibicionismo, comentamos como seria bom estarmos disponíveis para promover a nossa aparição em todos os cantos da cidade, principalmente nas instituições de caridade, aquelas voltadas ao auxílio e proteção de idosos e crianças. Pois, todos sabemos que nestes tempos friorentos, na verdade, fora de época, que pegam os necessitados, mais particularmente, os andarilhos e mendigos completamente desprevenidos, já por natureza. Aliás, atalhei os comentários e, enfaticamente, comentei que visitei abrigos de idosos e, também de crianças. Aproveitando, comentei que também fiz um roteiro aleatório e dei um cortejo pelas ruas principais da cidade e, encontrei muita gente abandonada. Todavia, o que me estarreceu muito e, inclusive, me fez tomar a liberdade de questionar alguns sobre aquela situação, tendo em vista, que pude perceber claramente a existência no meio deles de muita gente jovem. E, que na minha ótica não deveriam estar ali naquela situação de penúria. Acontece que, queridos leitores, fiz isso por vários motivos, primeiramente, estamos assistindo a um filme de terror focado nas informações que estamos recebendo através da mídia, sobre os escabrosos assaltos feitos, em nosso querido país, por políticos e, outras pessoas inescrupulosas que fazem parte desta máfia impiedosa. Os quais, diretamente são responsáveis por grande parte dessas mazelas, das quais, a população mais carente é o alvo principal. E, não é de hoje que nos deparamos com insatisfações de toda sorte, porém, agora para tirar o nosso sono, a bola da vez são as discussões relativas à proteção de animais, o que por sinal, somos em parte, totalmente favoráveis. Porém, no entanto, seria muito mais coerente e compreensível a todos nós, o afastamento quando de discussões sobre tal assunto, do fanatismo e das atitudes exageradas. Inclusive, embora muitos não percebam, porém, quando tratamos de assuntos quaisquer e, se fazendo presente posições extremadas, haverá sempre um lado que vai perder mais e, quando acontecem tais resultados, é correto vaticinar que houve ali a prática, às vezes, não percebida, de uma tremenda injustiça. É bom lembrar também que a atitude da massa popular quando pratica de forma extremada algum tipo de justiça com as próprias mãos ou, mesmo em gestos ou palavras, ocorrerá prejuízos para ambas as partes, tanto para as vítimas como para os algozes. Pois, é certo que ninguém no mundo pode estabelecer medidas de punição ou de qualquer outra coisa que possam ferir outros, sem que esteja presente a razão, o amor e, principalmente a lei. Portanto, quando houver excessos contra quem quer que seja, em racional ou, em irracional, não há porque generalizar ou extrapolar a contrariedade pelo fato ocorrido.  Nestes casos, apenas deve ser usada as armas existentes para tal, ou seja, punir com o rigor da lei aquele ou aqueles que praticaram o ato ofensivo, só isso. Em vista disso, quando alguém, insanamente, maltrata um animal cruelmente, a ponto de matá-lo ou deixá-lo imprestável e sofrendo, somente para acalentar a sua maldade demoníaca, este criminoso deve ser punido severamente, acho que ninguém tem idéia contrária sobre isso. Ou tem? E, aproveitando o assunto, gostaria de acrescentar que um amigo meu de verdade, dias atrás me enviou comentários super inteligentes sobre o episódio que o mundo todo presenciou quando uma criancinha de mais ou menos cinco anos, caiu no fosso de um gorila lá nos EE.UU, na Califórnia. A apreensão foi global, que decisão tomar, felizmente, qualquer uma delas estava focada na salvação da criança. Ou não? Creio que sim. Foi quando os mentores do parque aquático decidiram matar o gorila para salvar a criança. Até aí, supostamente, tudo bem, mas, não é que uma parte não muito significativa de pessoas de todas as partes do universo, se manifestaram contra a eliminação do animal irracional, achavam que deveriam sedá-lo e, aí, hipoteticamente, achavam que poder-se-ia salvar os dois animais, o racional (menino) e o irracional (gorila). Por outro lado, o corpo clínico veterinário do Parque, concluiu que caso tentassem apenas sedar o bicho, este procedimento em um animal daquele porte, mais ou menos, de 180 quilos, demoraria aproximadamente quinze minutos. E, neste espaço de tempo as reações seriam imprevisíveis, pois o gorila poderia ficar raivoso e, certamente, agrediria o menino podendo matá-lo e, caso isso ocorresse, certamente, o animal irracional, também seria sacrificado. Portanto, haveria duas mortes e, aí como seria a reação geral. Sem comentário. Afinal de contas, o mais importante de tudo isso é tomarmos consciência de quem é quem, neste mundo de Deus. Queridos leitores, a intenção, não é ser contra ou, a favor e, nem polemizar o assunto, pelo contrário, queremos que todos vivam conforme os desígnios do próprio Cristo, quando disse: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” e, com certeza absoluta, a inclusão dos animais está inserida neste contexto também, pois, é esta vontade do Senhor, tanto é verdade, que a própria igreja tem disponível, inclusive um dos santos mais querido deles todos, chamado São Francisco de Assis, protetor dos animais. Amém.