Semana passada, mais precisamente, dia 13/01/2018, estávamos na paróquia de Santa Luzia, participando da missa das 19:00 horas, presidida pelo padre Geomar, quando o mesmo começou a homilia do Evangelho. Daquela narração o sacerdote, como de costume, extraiu, sabiamente, pedaços maravilhosos de vida, dando ênfase maior sobre o silêncio. Aliás, pensando bem de maneira geral todos nós temos muito medo de fazer silêncio, uma vez que é neste momento em que as coisas afloram na nossa mente e, nós nos desnudamos completamente, diante de Deus. Provocando como consequência, uma amostragem real do que somos. E, na maioria das vezes, não gostamos do que sentimos, portanto, ficamos muito amedrontados e, a situação nos incomoda a tal ponto que a nossa permanência no silêncio é raríssima, pois, nos sufoca muito falar com Deus. Tanto é verdade que em todos lugares em que estamos acompanhados de pessoas não cansamos de falar, pode ser nos velórios, nas reuniões de toda sorte, nas cerimônias religiosas. Embora, sejam nestes lugares que se deve haver uma concentração maior, através do silêncio, afim de captar o foco do momento. Contrariamente, é onde, nos comportamos, meio desrespeitosamente e, falamos demasiadamente sem parar. Inclusive, sobre os mais variados assuntos, menos sobre aquele que realmente nos levou ali. Assim é que com esse nosso comportamento atípico e, oportunamente, aproveitando às sábias colocações do sacerdote, caiu-nos como uma luva tais entendimentos. E, diante desta aula de conhecimento, fomos obrigados a nos debruçar em cima de literatura a respeito do significado dos dois verbos em questão, ou seja, ouvir e escutar. Uma vez que além de me preparar também, me vi no dever de passar a vocês, meus queridos leitores, algo concreto e, que pudesse dispor futuramente de elementos importantes numa discussão pertinente aos referidos verbos, senão vejamos: Pode até parecer engraçado, mas há uma grande diferença entre os dois verbos. Como pode alguém ouvir e não escutar? Ouvir refere-se aos sentidos da audição. A pessoa ouve apenas, mas pode ou não interpretar a comunicação. Escutar, requer mais que ouvir, ou seja, a pessoa tem que prestar atenção ao assunto, entender do que se trata, perceber o que foi dito, sentir as palavras, memorizar o assunto, opinar, levar em consideração e agir ou não em conformidade. Por exemplo, quem deseja ir bem nos estudos, progredir profissionalmente e, falar com Deus abertamente, escutar é a melhor opção. A contragosto, infelizmente, hoje no convívio com a globalização, onde a competição acirrada, as pessoas pouco escutam e desejam mais falar do que escutar. No entanto, saber escutar é um sábio conselho milenar que requer treinamento. Uma comunicação perfeita e sem ruídos requer atenção e bons ouvintes antes de qualquer coisa. Pesquisas indicam que atualmente um dos maiores problemas da comunicação é o fato de que as pessoas estão muito mais preocupadas consigo mesmas, com os seus próprios problemas. E, teimam em não ouvir ninguém e, isto tem gerado infinitos problemas que poderiam ser minimizados se as pessoas escutassem mais ao invés de apenas ouvir. E, tão somente para melhor compreensão, podemos citar duas frases populares que dão sempre quando citadas o verdadeiro significado dos momentos distintos dos dois verbos em questão, ou seja, ouvir e escutar. Na primeira distinção podemos usar a expressão, como segue: “entrou por um ouvido e saiu pelo outro”, que ilustra o ato de ouvir, é quando a informação parece não ser compreensível pelo receptor. E, já a expressão, “fala que eu te escuto”, mostra o sentido de escutar, em que tem o poder da atenção ao que é dito como forma de alívio da angústia pela palavra. Assim, fica bem claro e evidente que muitos dos relacionamentos, conjugais, afetivos, religiosos, tendem a se diluir ainda mais em vista do nosso distanciamento do escutar. Não gostamos de ser questionados, preferimos a irresponsabilidade de assumir posições maiores diante de Deus, da família e dos irmãos, como se disséssemos: cada um para si e, Deus só para mim, porém, sem muitas exigências.