Este texto é, sem dúvida nenhuma, de suma importância, considerando que atualmente por mais esforço que façamos, mesmo assim, nos sentimos prisioneiros em nossos próprios lares. Porém, como somos um povo ordeiro, aliás, até demais, acabamos nos adaptando as coisas ruins também. E, propriamente é verdade que não existe nada de mais desgastante do que se sentir desprotegido. E, para saturar ainda mais as nossas angústias, a maioria das pessoas, conseguiu não sei de onde, um ditado popular, a nosso ver bastante comodista. E, que a nosso ver tem o principal objetivo, de nos tapear, isto é, querendo tapar o sol com a peneira, dizendo que: “quando a cidade começa a ficar turbulenta, é um sinal evidente de que a mesma está crescendo e progredindo”. Imaginem só que tremenda cretinice, pois, em sendo assim, quer dizer que o sinônimo de progresso, significa nada mais nada menos do que “terra de ninguém”, ou seja, as leis e ordens existem exatamente para não serem cumpridas. Aproveitando este lapso de tempo que estamos falando do lugar em que moramos, a mim me vem a mente a Votuporanga de épocas passadas, onde a cidade era descalça, isto é, não tinha asfalto, as pessoas eram simples, a maioria se conhecia, éramos todos irmãos. A gente deixava as portas abertas, os muros que dividiam as residências eram baixinhos e, em grande parte delas não havia nada entre uma casa e outra, era na verdade um quintal só para todos. E, o melhor de tudo é que a gente se conhecia e, sabia muito bem quem era quem, além disso, se trocavam favores, principalmente nas necessidades. Hoje, infelizmente somos obrigados a ouvir de que quanto mais baderna tiver, ameaças de vidas e, mais outros tipos de desgraças quaisquer, é sinal de que estamos progredindo. Por favor, não venham com essa balela, nos poupem, na verdade, estamos cheios de ouvir essas pessoas metidas a intelectuais defender estas asneiras. As quais, propositalmente ou dirigidas, querem nos forçar a um entendimento adverso daquele que gostaríamos que fosse, aproveitando a fragilidade em que ficamos diante dos perigos eminentes, por falta de segurança. A propósito, estaticamente falando, sem medo de errar, de que o ramo de mercado de artigos de segurança civil é o mais rentável e, com grandes possibilidades de aumentar muito mais, considerando que a escala da violência se encontra em uma crescente alucinante. Portanto, se observarmos as construções civis contemporâneas, nota-se claramente que todas obedecem a um projeto mais conservador e, dando ênfase maior na segurança. Uma vez que hoje, a maioria delas está totalmente blindada, com aparelhagens sofisticadas de segurança, muros altíssimos, câmeras de alto rendimento e, dependendo dos recursos, acrescentem-se os vigias de quarteirões. Infelizmente caríssimos leitores, em muitos casos não se sabem quem mora ao nosso lado, tal é o grau de desconforto e intranqüilidade em que vivemos. Provocando isto, um estado de inquietação, pois, é possível a qualquer momento receber visitas desagradáveis de marginais violentos. E, por falar nisso, recebi dias destes, um alô de um grande amigo, residente em Campo Grande/MT, chamado João Martins, preocupado também com todo este desequilíbrio social, nos manda uma sugestão de algumas providências tomadas entre os seus vizinhos de quadra, a saber: Em reunião, criaram primeiramente um grupo, com o sugestivo nome de “Vizinhos em Alerta”. Estabeleceram entre eles uma série de instruções de como agir caso alguns deles fossem visitados pelos meliantes, distribuíram apitos e, outras informações naturais que um grupo desta natureza se propõe. Todavia, é certo que os nossos amigos de Campo Grande objetivavam também solidificar a solidariedade, se conhecerem melhor e, colocar entre o grupo o verdadeiro sentido de duas máximas populares, ou seja: primeira “nós em grupo, somos mais fortes”, segunda, “o vizinho atacado, poderia ser eu”. Caro João, independente desses cuidados todos, não podemos nos esquecer que uma parcela significativa dessa proteção a ser dada a nós é responsabilidade do Estado. Para onde nossos impostos são recolhidos, com a finalidade de proporcionar o bem estar da população como um todo, inclusive, segurança pública. E, não somente para o bem estar de uma minoria inescrupulosa que surrupia o nosso suado dinheirinho, através das propinas difamantes. Por isso tudo, é fácil perceber que todas as mazelas que o povo carrega nos ombros são oriundas do mesmo buraco fundo da má administração pública, atualmente matriz da corrupção. Por enquanto, vamos tomando medidas paliativas, com esforço e recursos próprios, uma vez que o Estado está completamente doente e, somente vai sarar através do voto sincero e consciente. E, enquanto isso, nós continuaremos, a mercê de chuvas e trovoadas provocadas pelos desmandos implantados, insanamente, por parte considerável dos políticos brasileiros.