Gozado como a gente tenta mistificar a nossa atitude, tentando transferir as nossas culpas para terceiros, como se isso fosse quedar a nossa consciência. Pelo contrário, normalmente, quando nos acovardamos em nos expor, fatalmente, a nossa amargura se recrudesce de tal forma, que quase consegue solidificar o nosso coração com angústias de todo gênero. É, bastante comum distribuirmos nossas culpas para terceiros, pois, é mais fácil culpar os outros do que assumir tais encargos. E, este procedimento conveniente, embora, só internamente, produz em nós uma falsa satisfação, da qual lá no fundinho o dedo em riste estará sempre apontando para a nossa consciência. Interessante que qualquer ação, é como se fosse automático o nosso julgamento, logo vamos arrumar alguma desculpa para justificar o nosso erro ou ação. Olhem só como é uma atitude natural, pois, basta a gente tropeçar em algum obstáculo, que em seguida falamos mal ou esbravejamos contra aquilo que provocou o tropeço, pode ser uma pedra, um desnível ou outra coisa qualquer. Nunca, jamais, vamos considerar que não prestamos atenção e, que fomos descuidados, vamos ficar questionando quem foi o “idiota” que colocou aquela pedra ali, ou outra coisa parecida. Como já disse é uma reação inerente da “cara de pau” que somos, aliás, se formos pensar bem tal comportamento não nos traz benefício algum. Pois erros e enganos vão continuar existindo e, em assim agindo a gente terá que estar sempre arrumando desculpas deslavadas para garantir uma postura escorreita, da qual, não possuímos. Em vista disso, me lembro de que em certa ocasião, uma determinada pessoa fez um comentário muito interessante, sobre esse tipo de comportamento, a saber: “se, porventura, a gente cometer algum deslize, não importa a proporção do mesmo. E, se formos indagados sobre o fato, se foi à gente ou não que cometeu, a nossa resposta deve ser sem vacilo, sim fui eu que fiz. Esta resposta, pode até pegar aos indagadores e demais presentes de surpresa, pois pelos costumes a lógica seria uma resposta negativa. Diante, desta resposta afirmativa, o culpado poderá naquele momento receber todas as punições pertinentes, porém, o alívio de consciência será imediato. E, para se chegar a tomar uma decisão deste naipe é preciso tomar atitudes corajosas e ser audacioso. A ponto de desejar mudar radicalmente de rota, sair de uma vida morna para atingir ápice de dignidade e respeito. É assim mesmo, pois, transferir para o próximo os nossos erros, é, demasiadamente, cômodo assumir esses papéis medíocres. Uma vez que a vida só terá sentido quando vencemos os comodismos e, conseguirmos com bastante luta e esforço transformar as perdas em ganhos. Portanto, antes de escolher alguém para ser o substituto de seus erros, pense bem que a vítima deste ato vil é você mesmo. E, pressupostamente, viverá com a consciência tranquila, quando na verdade ela sempre estará carregada do lixo da covardia. E, bota lixo nisso.