Erros seus, assuma-os!

Geralmente, procuramos encontrar sempre um bode expiatório para descarregar no dito cujo, o fardo indesejável de nossos erros. Se a gente for fazer um exame bem apurado de todas as nossas atitudes, vamos lembrar numa fração de segundos de quantas vezes despejamos a nossa incompetência nas costas dos mais fracos. Quer estejam presentes ou ausentes, de preferência nos ausentes. A fala é uma só, foi fulano, foi beltrano e, daí para fora, jamais admitimos as conseqüências de nossos atos. Aliás, fica mais fácil e cômodo transferir uma responsabilidade que seria nossa para outrem. Com o propósito de mascarar a nossa personalidade, consequentemente justificando de maneira muito rasteira o nosso fracasso. Interessante que atitudes dessa natureza, só nos fazem mal, haja vista que para garantir a permanência daquele fato danoso, necessário se faz permanecer na falsidade, alimentado por mentiras comprometedoras. Por outro lado, todos nós sabemos que uma mentira contada, depois, necessita de muitas outras para se sustentar, portanto, é bem mais razoável assumir os erros do que de repente virar um desqualificado mentiroso. Isto porque é certo que os erros e enganos vão continuar existindo por toda vida e, nós não estamos isentos em cometê-los. Pelo contrário, somos totalmente falíveis, embora alguns achem que não o são. Infelizmente a gente gosta muito das coisas fáceis, sem trabalho algum e, para tanto, não medimos esforços em seguir uma trilha larga, sem obstáculos. Para tanto, independente do modo como conseguimos, basta que os louros da vitória sejam apenas nossos. Preferimos ficar ciscando a andar para frente, pois a arma escolhida por nós sempre foi à das acusações e das injustiças, não saímos do lugar e, essa estagnação naturalmente advém da ilusão de que somente os outros que erram. Falta-nos coragem e audácia para deixar de viver uma vida insossa e despertar para as belezas fantásticas que o mundo tem para nos oferecer através de possibilidades mil que só são oferecidas àqueles corajosos, sinceros e responsáveis. O papel de Todo Poderoso não nos cabe, uma vez que o nosso, é ser apenas gente comum mesmo, com virtudes e defeitos. E, acima de tudo, convém que sejamos sempre portadores de atitudes maiúsculas, pois as minúsculas só estão reservadas aos derrotados. E, sobre esta questão, me lembro de uma frase, por sinal muito comentada, quando se refere às pessoas encarceradas, onde todas elas, sem exceção, se questionadas sobre a prisão, certamente responderão: “sou inocente”. É muito difícil assumir os próprios erros, pois, é mais fácil apontar o dedo para alguém, do que fazer este mesmo dedo apontar-se para si mesmo. Na verdade, fazer o próximo desempenhar um papel que nos pertence pode ser muito cômodo, aliás, o comodismo é condição própria daqueles que querem se desvencilhar de todas as preocupações e ficar no mesmo lugar. Porém, se olvidam estes infortunados que a vida caminha e, somente nos dará prazer quando superarmos o comodismo e, aproveitarmos à oportunidade de transformar as perdas em ganhos. Assim sendo, é sumamente importante meditar bastante antes de transferir os seus erros para os outros. Haja vista que essa transferência não vai acrescentar nada para você, apenas o seu fardo mudará de costas temporariamente, sem, contudo, obter solução. Pois, enquanto você não assumir os seus erros, vais continuar fazendo um papel ridículo e, certamente nem você vai gostar disso e, isso é lamentável. Portanto, faça uma experiência, quando cometeres algum erro, diga alto para todos ouvirem, com a cabeça erguida, olhos abertos: “FUI EU”. Apesar de possíveis conseqüências, o resultado de seu estado de espírito será infinitamente compensador. Tente.