Empatia

Interessante que ultimamente tenho observado que uma mania, por sinal bem desagradável, que é falar dos defeitos ou atitudes dos outros, tem uma grande aceitação popular e, em vista disso, acabou sendo o xodó em quase todas as rodinhas de bate papo. Infelizmente, tal comportamento é agradável para muitos. Pois, alguns se vêm libertados e, se sentem bem quando expressam aquele chavão popular que é: “Olha! Vou contar uma coisa para vocês, mas, pelo amor de Deus, vejam que até blasfemam, não contem, para ninguém, pois, é segredo”. Quando acontece isso, por sinal, é muito comum, podem crer que o “fofoqueiro”, tem como objetivo principal de que os ouvintes daquelas lorotas, façam uma divulgação total do relatado. Por certo, esta atitude recebe muitos nomes, tais como: fofoca, delação, traição, fragilidade de caráter e, outros nomes mais que não me ocorrem neste momento. Todavia, mediante esta exposição, é fácil perceber que quem vive neste falso mundo de mentiras e falsos testemunhos, tem uma vivência totalmente vazia e, não possui nada para somar no cotidiano da existência. Haja vista, que a maioria de suas “farolices” estará sujeita a todas e quaisquer intempéries, podem ser desmascaradas a qualquer momento. Em vista disso, ocorreu-me a idéia e, certamente, lembrar sobre o outro lado da moeda, onde reside tranquilamente a empatia. E, para falar sobre isso, antes, porém, gostaríamos de tecer alguns comentários sobre quais são os benefícios quando da prática da empatia. Uma vez que ela reflete a luz do outro lado. Ou seja, a empatia é a capacidade de ver o mundo com os olhos dos outros. A propósito o assunto se faz oportuno para citar um ponto de vista do falecido Rubem Azevedo Alves, psicanalista, educador e teólogo que disse: “A ética nasce da empatia, esta que temos de sentir aquilo que está acontecendo com o outro, mas, só é possível se acreditar que somos parecidos, moradores de um mundo comum, de alguma forma irmanados”. E, para nos aprofundarmos mais no assunto podemos até pensar que de certa forma a maioria dos atendimentos feitos pelos prestadores de serviços deixam a desejar. Isto porque não existe mais aquela dinâmica de olho no olho, isto é, viver as pessoas, tentar sentir aquilo que elas realmente estão sentindo. Em muitas das vezes nos sentimos completamente isolados, pois, temos sempre a sensação de que não estamos sendo compreendidos. Pois, o olho no olho, foi substituído para o olho na tela digital, nos resultados dos exames, no atendimento virtual, geralmente frio e superficial. Este tipo de atendimento reflete bem os assistidos nos ambulatórios, consultórios, hospitais, onde pacientes e facultativos não se conversam mais. Você conta o que está sentindo e o médico lhe encaminha com pedido de exame para posterior averiguação. Salvo em raríssimas exceções, não se conversam mais, estamos a mercê das máquinas, quando não estão quebradas. Médicos e pacientes são partes completamente opostas, quando efetivamente deveriam ser parceiros. Dizem também que os tribunais estão superlotados de processos, com delongadas demandas, quando na verdade uma parte considerável dessas “novelas” se aninha ali, por falta da aplicação antecipada de uma empatia por parte dos envolvidos, os quais facilitam a ausência de compreensão mútua, dificultando a compreensão da questão principal. Por outro lado, é necessário ser bem explícito e saber que a gente tem a possibilidade no enfrentamento das situações mais opostas da vida, procurando ser empático, pois, a propósito de uma citação bíblica do evangelista João, que citou: “Deus nos criou para que tenhamos uma vida e a tenhamos em abundância.” Portanto, queridos leitores a proposta é muito simples, ao nos colocarmos no lugar do outro diante de uma situação adversa, vamos, com certeza, ter muito mais sagacidade e compreensão na solução do conflito. Isto porque, há grande chance de desenvolver a empatia, pois, tal desígnio é uma das habilidades mais importantes do mundo, porém, infelizmente é também a mais desprezada de todas. Inobstante tudo isso, vejam só como Deus é bom, nos criou facultando-nos a condição de seres racionais, portanto, portadores de inteligência e, é por essa benesse divina que Ele nos deu o melhor, ou seja, deu-nos um coração, depósito dos melhores ou dos piores sentimentos, a nosso critério. Em vista disso, somos livres, portanto, tornam-se singularmente simples usar a empatia, basta que em todas as ações, usemos sempre a visão do coração, em sua melhor parte, ou seja, onde está o amor. Beijos