A maioria absoluta das pessoas, sem exceção, conhece um elástico e sabe qual é a sua função. Pois bem, enquanto ele permanecer com a sua potência de sustentar a posição desejada, continuará tendo utilidade para o uso determinado. No entanto, quando houver laciamento de suas borrachas, naturalmente, o dito cujo irá para a lata de lixo, pois, perdeu sua função básica. Interessante que na vida é mais ou menos assim que funcionam as coisas, isto é, enquanto você está ativo tudo bem, caso contrário, você definitivamente será encostado. E, não adianta chorar, porque vai ficar pior, uma vez que ninguém irá te consolar. O certo é que quando se sai das luzes dos holofotes, cai-se indubitavelmente nas sombras do esquecimento. E, se não houver preparação para essa mudança é fato que se irá, quase que com certeza absoluta, mergulhar de cabeça num mar de decepções. Somente para exemplificar podemos considerar um recém aposentado, caso não esteja preparado para enfrentar a nova situação, fatalmente entrará em parafuso, pois se sentirá em curto espaço de tempo, sozinho e abandonado. Isto porque durante toda sua vida viveu o seu pequeno mundinho que era o seu emprego, seus colegas, sendo que neste ambiente criado ao longo dos anos se sentia absoluto. De repente chega à aposentadoria e, sem nenhuma preparação para essa nova etapa, se vê com um cartão vermelho diante de si, naturalmente, está fora do jogo. E agora, fora do trabalho, sente que não fez outras amizades, não é muito próximo aos vizinhos. E, os seus colegas de serviços na ativa já não lhe dispõem de mais tempo, se vê, na verdade, completamente sozinho. É como se estivesse se transformando do elástico novo para o elástico velho, começa então, possivelmente o processo de depressão, uma vez que, a sua visão futura é de completa inutilidade. Interessante como as pessoas agem, na maioria das vezes como se fossem “robôs”, isto é, são empurradas para um determinado canto e, lá ficam acuadas sem esperanças e a mercê da própria sorte. Estou narrando isso, por experiência ocular, pois, tenho colegas que se aposentaram e praticamente se enclausuraram, ficando preso em casa, inclusive em muitos casos desestruturaram, sem querer, o próprio ambiente doméstico. Perderam completamente o norte, afrouxaram as suas resistências e, também as perspectivas do amanhã, sendo que a leitura que fizeram de seu passado foi a de missão cumprida, nada mais tendo a fazer. E, é aí que o nó da questão ficou atado. Sem que houvesse uma explicação plausível, deixou-se apenas o imaginário prevalecer, ignorando que na verdade não somos elásticos, somos sim criaturas divinas de Deus. Inclusive, quem assim procede ignora completamente que Deus nos criou para que vivamos felizes e em abundância. Portanto, entregar os pontos ou jogar a toalha no meio da luta não condiz com a postura de um filho agradecido. Podemos, com certeza, nesta altura da vida não ter mais a energia de outrora, no entanto, é certo que no decorrer das várias primaveras vividas, adquirimos a experiência,, visivelmente estampada nos fios grisalhos. E, isto nos compromete muito mais, haja vista que para àqueles que vêm chegando, necessário se faz a nossa presença, uma vez que somos, com certeza, o porto seguro. Aliás, pensando bem, cremos que mesmo o elástico desgastado pode, se quisermos, ter alguma utilidade, por exemplo, servir de barbante para amarrar alguma coisa na dispensa da casa. Portanto, parafraseando o dito popular “na vida nada se cria, tudo se transforma”, podemos nos tornar melhores ou piores, o arbítrio é nosso.