Educação genuína

Quando era pequeno, não de tamanho, mas, de idade, ainda me lembro de muitas coisas de outrora, as quais, muitas delas, nortearam o meu caminho. Eu me lembro do meu finado avô paterno, o seu Joaquim, que por sinal era um senhor sem muita instrução, porém, de uma sagacidade a toda prova. Tinha ele lá pela década de 50, muitos costumes que hoje uma grande quantidade de pessoas desconhece completamente, outras se lembram, porém, sem condições de aplicá-los, devido à modernidade de hoje. Era hábito do seu Joaquim, ficar ensinando e exigindo dos netos como deviam se comportar com relação a si próprios ou, diante das outras pessoas, principalmente dos mais velhos. Dizia ele sempre, não bebam nada gelado durante a comida, somente meia hora após, não olhem no espelho depois das refeições, não tomem banho imediatamente após as refeições, não corram com a barriga cheia, não falem com a boca cheia é feio, escovem bem os dentes após ingerir alimentos, ao tomar banho esfreguem bem a bucha com sabão, principalmente no vão dos dedos dos pés. Enfim, era um rosário enorme de recomendações, é lógico que existiam alguns exageros, porém, a gente nunca retrucava e, sempre obedecia e, nem por isso, deixávamos de ser felizes. Quanto às recomendações (regras), sobre o comportamento diante das pessoas mais velhas, aí o seu Joaquim pegava pesado e, dizia: Respeitem e obedeçam sem discussão os mais velhos. Principalmente pai e mãe devem ser venerados como santos. As professoras na escola são como se fossem suas verdadeiras mães, por isso, respeito absoluto, senão a conversa será outra, entenderam. Quando duas pessoas estiverem conversando, não interrompam, caso for urgente e necessário, peçam licença para falar. Pode até parecer saudosismo, todavia, não é, isto porque o que temos hoje desviou quilômetros e quilômetros de distância do antigamente, sendo que para pior. Tanto é verdade, que hoje numa escola primária ou secundária, com a culpa de muitos pais, caso haja algum problema entre o aluno e a professora, infalivelmente, vão a favor dos filhos e, exigindo, muitas das vezes, uma desculpa por parte da mestra. Todos nós hão de convir que é um verdadeiro absurdo, ou não. E, só para elucidar melhor a nossa condição atual, vi recentemente na internet um casal com dois filhos menores até cinco anos, falou e mostrou para todos sem nenhum constrangimento que deixa os referidos pimpolhos fazerem tudo na casa, inclusive riscar todas as paredes com lápis colorido. Já sentiram como vão crescer os futuros monstrinhos da sociedade. É lógico, aliás, graças a Deus, que ainda temos belos exemplos de bons comportamentos e, para tanto tendo me atrever, com muita satisfação em dizer que tenho cinco netinhos, desde 23 anos até 1 aninho, são muito respeitosos para comigo e, com as demais pessoas. Inclusive, quando chegam a mim, me beijam e falam bença vô e quando vão embora para suas casas repetem os gestos. Não é gostoso, confesso que me sinto muito pimpão. Amém.